sábado, 7 de julho de 2007

CIA = MÁFIA

Caos no ar, mas Lulismo no céu

A pesquisa do CNI/Ibope confirma as do PSDB e do CNT/Sensus publicadas mês passado, comentadas na postagem Lulismo forte como rochedo. Lula - ou o lulismo - estabilizou na casa dos 66% de aprovação do seu governo e de 61% de confiança nele.

Apesar dos escândalos, escorregadelas e tudo o mais que se passa no país, Lula continua nas nuvens, se encaminhando celeremente para eleger seu sucessor em 2010 e se eleger em 2015, dentro do figurino “mandato de cinco anos sem reeleição”. Isso, claro, se o céu continuar de brigadeiro.

Quem embalará Macalão?

Bastaram as investigações sobre a fraude dos selos avançarem na Assembléia Legislativa para ex-presidentes da instituição se pronunciarem negando a responsabilidade pela nomeação do principal implicado no caso, o ex-Diretor de Serviços Administrativos Ubirajara Amaral Macalão.

A cada dia se conhece mais detalhes e a magnitude da fraude, mas curiosamente ainda não se obteve o principal: a localização e interrogatório do Macalão, que poderia cooperar com a agilidade das investigações e a recuperação do dinheiro público sangrado.

Em casos como esses um “corruptograma estândar” [ver outro comentário] deve contemplar a investigação dos seguintes aspectos para se chegar aos implicados:

i] quem nomeou Macalão e se foi conivente [“quem pariu tem que embalar Mateus];

ii] demais funcionários implicados;

iii] “ponte” na ECT;

iv] adquirentes de selos; e

v] quem/quens se beneficiou da dinheirama de mais de R$ 3 milhões.

Enquanto o ex-Diretor ficar sumido, continuará valendo um chiste que corre na Praça da Matriz, que diz que a Assembléia Legislativa foi atacada por uma tropa de “Japas” aliada dos italianos com o míssel Macalão.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

2º Encontro de zapatistas com o mundo


Não é hora de Assembléia Constituinte?

Jeferson Miola

O episódio rocambolesco do Renan Calheiros no Senado passou a conter um ingrediente potencialmente perigoso para o governo e para os partidos que têm hesitado em atuar mais energicamente no caso. A manterem esta opção, estarão se dissociando do sentimento cada vez mais crescente na sociedade de que algo deve ser feito – e com urgência.

É verdade que junto com as frágeis alegações do presidente do Senado há uma série de absurdos em todo seu processo, como a invasão na vida privada, atuação da mídia, interesses escusos na sua queda, inversão do princípio de inocência e etc.

Mas também é verdade que com essa crise - e com os demais episódios de senadores envolvidos em irregularidades - o ar no Congresso Nacional ficou irrespirável. No imaginário social o “nojo com a política e com os políticos” talvez seja o sentimento que melhor defina a reação das pessoas comuns nesses dias.

Junte-se a isso os recentes escândalos que demonstraram o envolvimento de setores da alta cúpula do Poder Judiciário brasileiro com a contravenção, a jogatina e o crime organizado. Tais fatos puseram em evidência a discrepância que existe entre privilégios jurídicos e a necessidade de parâmetros verdadeiramente republicanos e justos, iguais para todos cidadãos.

Com o fracasso da votação da reforma política e a sucessão de patifarias que carregam no ventre o gene do sistema eleitoral e político-representativo vigente, as coisas só tendem a se agravar. As razões hoje para a retomada das reformas eleitoral, política e judiciária estão ainda mais latentes. E exigem, para serem efetivas, a ampla mobilização e participação da sociedade brasileira.

O país caminha incontornavelmente para um impasse de credibilidade e de confiança nas instituições; de falência dos padrões jurídico-legais em vigência. Seria de se perguntar se não seria o caso de realização de uma Assembléia Constituinte exclusivamente para a finalidade de conceber e aprovar as reformas política, eleitoral e judiciária do Brasil.

É cada vez mais imprescindível para a saúde das instituições políticas a realização de tais reformas, que só chegarão a termo aceitável se transcorrerem num ambiente de participação e controle da sociedade, como pode ser o caso de uma Assembléia Constituinte.

É chegada a hora de discutir-se, por exemplo, o fim do sistema bicameral do país eliminando-se o Senado Federal e definindo-se um modelo de representação unicameral adequado e igualitário que assegure a diversidade e a expressão federativa.

Pontos como da votação em listas partidárias, financiamento público, revogabilidade de mandatos, fidelidade partidária e outros que tornem as eleições processos lisos e independentes do fator econômico, devem ser contemplados numa verdadeira reforma.

Mas, além disso, uma Constituinte poderia avançar na questão democrática nacional, permeabilizando o Estado brasileiro com dispositivos de participação direta como o Orçamento Participativo na definição e controle das políticas nacionais e na constituição de uma ampla esfera pública não-estatal. Esse é, sem dúvida, o principal antídoto à corrupção.

É essencial, por último, a discussão sobre o fim dos privilégios, dos foros privilegiados e de outras regalias jurídicas, assim como a elegibilidade de desembargadores e ministros das altas instâncias e o controle social do judiciário.

Algo de mais sério está acontecendo no Brasil para além dos escândalos de corrupção. As respostas circunstanciais que sejam dadas a esses processos – com ou sem punições e cassações de mandatos - já não respondem globalmente à gravidade da situação presente. Por isso, a pergunta: não estão reunidas as condições para a realização duma Assembléia Constituinte?

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Blair é fogo e provocação no Oriente Médio

Já foi comentado aqui no BiruTaDoSuL o acinte que representa a designação do ex-Primeiro-Ministro britânico Tony Blair como mediador do conflito no Oriente Médio pelo “quarteto” Estados Unidos, União Européia, Rússia e a ONU [sic].

Blair no Oriente Médio é provocação pura, combustível na explosão e demonstração de colonialismo inominável.

A fraude dos selos na Assembléia Legislativa

A revelação da fraude com selos, que implicava na compra de postagens dos Correios e subseqüente venda de selos para terceiros, poderá ter desdobramentos importantes na continuidade das investigações.

A fraude, que pode ter causado o desvio de mais de três milhões do Legislativo, vinha sendo praticada pelo ex-Diretor de Serviços Administrativos Ubirajara Amaral Macalão – só não se sabe ainda desde quando e se com a conivência/participação de outras pessoas, inclusive parlamentares.

O superintendente da Polícia Federal no RS, que investiga os desvios, disse que “queremos saber o total do valor desviado, há quanto tempo a quadrilha agia e quem são todos os envolvidos”.

Nesse tipo de falcatrua, um “corruptograma” básico conta com as seguintes pontas: 1] setores internos da própria Assembléia [além do operacional ex-Diretor alguém que o acobertava], 2] gente na empresa de Correios e Telégrafos, 3] pessoas – físicas e jurídicas - compradoras das postagens convertidas em selos e 4] os beneficiários finais da dinheirama arrecadada com a fraude, que poderão ser pessoas físicas, jurídicas ou agremiações civis e partidárias.

À ver, portanto, os desdobramentos das investigações, que enfrentam desde já a dificuldade de localizar o ex-Diretor Ubirajara Amaral Macalão, que sumiu do mapa a mais de um mês - não se tem notícia se com ou sem a grana embolsada.

Predador a$$umirá direção do Grêmio

Antonio Britto, o predador que no passado destruiu o futuro do Rio Grande, é o candidato da situação para assumir a presidência do Grêmio. O currículo de Britto se assemelha a um necrológio – por onde passou só ficaram assentados cadáveres.

Começou como porta-voz do Tancredo Neves. O presidente da transição conservadora eleito do colégio eleitoral durou alguns dias, deixando como herança o Sarney.

Foi Ministro do Itamar e engambelou os velhinhos com benefícios jamais concedidos só para se eleger governador do Rio Grande.

Eleito governador em 1994 com a ajudinha da RBS - que editou o último debate em que Olívio Dutra respondeu a uma pergunta capciosa encomendada do Mendelski sobre ocupações de terra – deixou o Estado esgualepado e completamente devastado: entregou a CRT, fatiou a CEEE, destruiu as políticas públicas, transferiu dinheiro para multinacionais, criou pedágios, privatizou o que pôde e causou os rombos que estão na raiz dos males atuais do Rio Grande.

Perdeu a eleição em 1998 para Olívio e disputou a última eleição em 2002 e sequer foi ao segundo turno. Na linguagem futebolística, virou vinagre.

Depois disso, assumiu sua porção de “executivo” – aquele gênero que recebe de volta os favores feitos. Foi para a Azaléia e depois da morte do fundador da empresa Nestor de Paula, matou algumas fábricas instaladas no Rio Grande e liquidou mais de seis mil empregos dos gaúchos.

Cumprido o servicinho, saiu da Azaléia. Depois disso foi flagrado circulando pelos corredores do Palácio Piratini, sede do governo que morreu antes mesmo de começar, rasgando todos os compromissos de campanha. O cheiro nunca engana.

Ultimamente não se tem notícias do paradeiro profi$$ional do “executivo” Britto.

Mau presságio para os gremistas: Britto é o candidato da situação para presidir o Grêmio em lugar de Paulo Odone, que pre$idirá a Grêmio Empreendimento$ - empre$a encarregada do ambicio$o e onero$o empreendimento de construção da “arena” do Olímpico.

Esta dupla já jogou junto. Paulo Odone foi líder do governo Antonio Britto na Assembléia Legislativa. O resultado da tabelinha dos dois sabemos: não sobrou pedra sobre pedra.

Os colorados podem se esbaldar. Desde que passaram a ter o Flávio Obino que todo clube tem [o Presidente Vitório Pífero], ao menos podem ficar aliviados com a dobradinha que cuidará dos de$tino$ do Grêmio: presságio de que o mal tempo voltará a freqüentar a zona do cemitério João 23, como de hábito.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Carta de Frei Betto ao comandante Che

Frei Betto faz antecipadamente [e com tamanha antecedência que deve ter surpreendido todo planejamento - cubano e internacional – das atividades alusivas aos 40 anos do assassinato de Che Guevara].

Quién sabe si la historia del socialismo no sería distinta hoy si hubieran prestado oído a tus palabras: ‘El Estado se equivoca a veces. Cuando sucede una de esas equivocaciones se percibe una disminución del entusiasmo colectivo debido a una reducción cuantitativa de cada uno de los elementos que lo forman, y el trabajo se paraliza hasta quedar reducido a magnitudes insignificantes: es el momento de rectificar’.

Che, muchos de tus recelos se han confirmado a lo largo de estos años y han contribuido al fracaso de nuestros movimientos de liberación. No te escuchamos lo suficiente. Desde África, en 1965, le escribiste a Carlos Quijano, del periódico Marcha de Montevideo: ‘Déjeme decirle, aún a costa de parecer ridículo, que el verdadero revolucionario está guiado por sentimientos de amor. Es imposible pensar en un auténtico revolucionario sin esta cualidad’.
Para ler o texto na íntegra clicar aqui.

terça-feira, 3 de julho de 2007

Humanos, demasiadamente desumanos

O ex-governador paulista Cláudio Lembo é um exemplar raro de liberal brasileiro, no sentido sócio-político do termo. É uma voz isolada da classe dominante que exprime raciocínios civilizadores sobre o país e a realidade nacional.

O artigo Humanos, demasiadamente desumanos que saiu no Terra Magazine sobre a selvageria de jovens cariocas contra a empregada doméstica Sirley Dias Carvalho Pinto, é uma análise interessante e original sobre o episódio:

Vive-se em ambiente a cada dia mais urbano. As conseqüências deste novo cenário precisam ser dissecadas, sob pena de se atingir um niilismo sem precedentes. A redução de tudo a nada.

De tempos para cá, ocorreram cenas dramáticas e incompreensíveis. Todas envolvem jovens da classe média e média alta. Bem desenvolvidos fisicamente. Estudantes de colégios com elevadas mensalidades.Continue a leitura ...

Bancada do PT na Assembléia repudia manipulação da Zero Hora

O compromisso com a democracia e com a pluralidade nos impõe, às vezes, o convívio com condutas anti democráticas e manipuladoras. Mas isso, por óbvio, tem um limite. Quando o posicionamento político de um jornal orienta uma conduta editorial de má fé, então chegamos a um momento em que não nos é permitido calar, sob pena de sermos coniventes com a desconstituição de princípios básicos do convívio democrático.Continue a leitura ...

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Chávez não se intimida com chantagem dos “papagaios do Império”

O presidente venezuelano Hugo Chávez não se intimidou nem um pouco com a ameaça do Senado brasileiro de não aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul caso ele não se retrate da posição expressa quando senadores brasileiros se imiscuíram em assuntos internos daquele país – o caso da não-renovação da licença da golpista RCTV. Vale lembrar: diante das manifestações inoportunas de senadores brasileiros a respeito do affair doméstico da Venezuela, Chávez acusou-os de serem papagaios do Império.

O Senado brasileiro, que está cada vez mais desmoralizado pelos sucessivos escândalos que assomam do presidente da instituição a senadores menos graduados, faria melhor se não comprometesse a unidade do Mercosul e assim também seria poupado de ouvir os torpedos de Chávez:

- “Se não pudermos entrar no Mercosul porque a direita brasileira tem mais força do que a idéia de integração, nós nos retiramos do Mercosul.

- “Não estamos interessados em ingressar no velho Mercosul, que não quer mudanças.

- “Se não podemos ingressar no Mercosul porque a direita brasileira tem mais força, então nos retiramos.

- “Em um Mercosul que está marcado pelo capitalismo, pela competição feroz, não estamos nada interessados em ingressar, assim que dessa maneira poderíamos comprazer a direita brasileira e a direita paraguaia. Se eles no querem que nós ingressemos no Mercosul, não temos nenhum problema. Inclusive sou capaz de retirar a solicitação [de ingresso] e nos dedicamos de cheio à ALBA [Alternativa Bolivariana para as Américas], porque nossa prioridade é construir nosso modelo de desenvolvimento.

- “[queremos] a integração baseada na irmandade, na cooperação, na solidariedade, que coloca na frente o social, como estamos fazendo Cuba e Venezuela e que agora se soma Nicarágua e Bolívia.

De Perón a Kirchner, tudo em família

Na peculiar tradição política argentina, esposa de Presidente do país pode se tornar sucessora. Juan Domingo Perón concorreu em 1973 à presidência da Argentina tendo Isabelita Perón como vice, aproveitando a popularidade da primeira-dama e a comparação simbólica dela com Evita. Foram eleitos e, com a morte de Perón em 1974, Isabelita o sucedeu no cargo e governou o país até o golpe militar de 1976.

O atual presidente Néstor Kirchner vai na mesma balada. Indicará Cristina Kirchner como candidata da situação à sua própria sucessão. O plano é o seguinte: ela se elege neste ano para comandar o país até 2012, quando então ele se apresenta novamente como candidato presidencial.

De acordo com pesquisas recentes, Cristina Kirchner - tratada como o “fator K” – figura na frente com 46,2% das preferências contra Elisa Carrió de centro e 11,1% do direitista Roberto Lavagna.

Independentemente da rotulação ideológica apressada que se queira fazer de Kirchner, o fato é que seu governo representa avanços importantes na nova geopolítica continental e é alentador no aspecto da recuperação da memória e da punibilidade dos crimes cometidos pela sanguinária ditadura argentina.

Seja com o “fator K” ou com qualquer outra fórmula, o fato é que é essencial manter aquele país em rumo distinto do que lhe dariam a menenismo, o direitismo e os neoliberais argentinos.

Multidão resiste no México

Realizou-se ontem no Zócalo [Praza da Constituição] da Cidade do México uma manifestação encabeçada por Manuel López Obrador com mais de 100 mil pessoas em alusão ao primeiro aniversário das eleições escandalosamente fraudadas em 02/07/2006 para viabilizar a eleição do neoliberal Felipe Calderón, um aliado incondicional dos Estados Unidos.

A manifestação, convocada por organizações civis e pelos partidos políticos que apoiaram López Obrador – PRD, PT y Convergência -, revigora um movimento cívico e de consciência para a democratização e realização de mudanças democráticas e populares no México.

A respeito do vivo processo em curso no México, López Obrador disse que “estamos criando a rede nacional de representantes do governo legítimo, a base da organização cidadã para transformar o país”. E completou: “- Eles não têm conseguido destruir nosso movimento. Temos resistido e cresceremos. Em contraste, nossos adversários não poderiam sustentar-se sem os meios de comunicação”.

Enquanto isso, no Brasil, a reforma política sai com viés conservador, os escândalos se sucedem no Legislativo e no Judiciário, os bacanas continuam desfrutando de privilégios, ...