quarta-feira, 27 de junho de 2007

Blair no Oriente Médio: solução ou provocação?

Na foto, Tony Blair na porta de saída da casa oficial do Primeiro-Ministro da Inglaterra, situada na Downing Street. Ele renunciou ao cargo de Primeiro-Ministro devido ao profundo desgaste sofrido principalmente com o alinhamento incondicional a Bush e à participação ativa na guerra no Iraque. Aliás, Blair foi como um cão dedicado e fiel a Bush, participando mesmo da montagem da farsa das armas químicas para justificar a guerra unilateral dos Estados Unidos contra o Iraque.

Mas Blair não sairá da cena internacional. Foi indicado pelo “Quarteto do Oriente Médio” para ser uma espécie de “embaixador internacional” a mediar tanto o conflito Israel-Palestino quanto outros da conturbada região.


Parece nada realista a escolha de Blair para a função. Na verdade, soa como uma tremenda provocação sua presença em papel tão delicado, pois sempre tomou partido claro em favor de uma das partes do conflito [Israel] e enquanto chefe de Estado da Inglaterra conduziu a coalizão agressora contra um país árabe.


ET: “Quarteto do Oriente Médio” é o grupo composto por Estados Unidos, União Européia, Rússia e a ONU. Chama a atenção que a ONU, que deveria ser a instância mediadora em nome de todas as nações do globo, seja mais um a tomar parte de um “quarteto”. Neste caso a ONU não passa de cereja no bolo que passará legitimidade a presumíveis novas barbaridades que se produzirão.

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Em relação à indicação para “mediador” no Oriente Médio, Blair declarou em entrevista que “qualquer pessoa que se preocupa com paz e estabilidade no mundo sabe que uma solução para a questão palestino-israelense é essencial. Em várias ocasiões disse que farei o necessário para ajudar no assunto”.

Já houve, contudo, forte reação. O porta-voz do Hamas [Palestina], Fawzi Barhmoum, afirmou que Blair não é bem-vindo, pois “apoiou o terrorismo da ocupação sionista e massacres contra o nosso povo”.


De todo modo, além da declarada rejeição ao seu nome, a tarefa de Blair será naturalmente árida com o atual estado de guerra civil na Palestina. O antecessor no cargo, o ex-executivo do Banco Mundial James Wolfensohn, havia renunciado em 2006 depois de exercer a função menos de um ano, diante do fracasso do seu trabalho por lá.

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