

As fotografias são do Granma durante desfile militar e na Praça da Revolução.
As fotografias são do Granma durante desfile militar e na Praça da Revolução.
“Todas las voces en La Habana
POR MIREYA CASTAÑEDA —de Granma Internacional —
Todas las voces todas, / todas las manos
todas, / toda la sangre puede / ser canción
en el viento; / canta conmigo canta, /
hermano americano, / libera tu esperanza /
con un grito en la voz.
Se presentía algo sui géneris. Artistas de tres continentes unidos en un escenario al aire libre. La canción comprometida, el folklore, y hasta la música bailable. La convocatoria provenía de un nombre excepcional: Guayasamín.
La Fundación creada por el Pintor de Iberoamérica, y dirigida ahora por sus familiares, coordinaba el homenaje de la música por el aniversario 80 del presidente Fidel Castro y Todas las voces todas en La Habana fue un suceso mayor.
Se trata del tercer concierto con este título, los dos anteriores, en Quito, tuvieron como objetivo recaudar fondos para continuar la construcción de La capilla del Hombre, magna idea del maestro Guayasamín.”
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Durante a exposição do pintor pintor equatoriano Oswaldo Guayasamín no Museo Nacional de Bellas Artes de La Habana realizada no bojo das homenagens ao aniversário de Fidel, o Ministro de Cultura de Cuba, Abel Prieto, fez uma das tantas declarações que dimensionam o sentido histórico e universal da vida de Fidel:
Juntamente com as comemorações alusivas aos 50 anos de desembarque do Granma em Cuba, se celebram os 80 anos de idade do Comandante Fidel Castro, completados em 13 de agosto passado. Mais de mil e quinhentas personalidades, ativistas, pensadores, políticos, cineastas, artistas, intelectuais e militantes de todas as partes do mundo participam das festividades apesar da ausência do comandante, que convalesce no hospital.
A imprensa internacional sonega o acontecimento, do qual participam o ator francês Gerard Depardieu, os presidentes René Preval do Haiti, Evo Morales da Bolívia, Daniel Ortega da Nicarágua e tantas outras representações.
Viva Fidel! Viva Cuba!
Hasta la victória, siempre!
A Folha de São Paulo de hoje, 02/12, publica os artigos “Direito à verdade e à justiça” de Hélio Bicudo e Flávia Piovesan e “Revisão para tudo ficar como está?” de Tércio Sampaio Ferraz Júnior, em resposta à pergunta “A Lei de Anistia deve ser revista?”, na seção Tendências/Debates do jornal.
Nas eleições, as atitudes do Ministro por muito pouco não produziram conseqüências imprevisíveis à normalidade democrática e ao processo eleitoral. Antes de se portar como magistrado, Marco Aurélio foi um destacado artífice político. Emitiu sistematicamente opiniões políticas, fez declarações controvertidas acerca da crise política e, pior que tudo, irresponsavelmente lançou suspeitas de instalação de grampos telefônicos no TSE, o que posteriormente foi comprovado não ter ocorrido. Mais: Marco Aurélio chegou a insinuar o mando do Executivo na ação!
Ainda no primeiro turno das eleições, quanto mais su
Nos pronunciamentos em cadeia de rádio e televisão proferido à toda a Nação convocando o povo brasileiro a votar, Marco Aurélio não conseguiu conter seu ímpeto militante e fez proselitismo político-eleitoral em favor de “mudança”, ou seja, em favor de Alckmin.
A biografia de Marco Aurélio de
Na recente incursão de Marco Aurélio no debate público, o Ministro-sem-predicados-de-ser-Ministro defende o descumprimento do teto salarial no Poder Judiciário se a remuneração astronômica dos agentes do Judiciário “foi alcançada legitimamente” [sic]. Marco Aurélio, com sua peculiar lógica de raciocínio, considera que possa haver legitimidade – e sabe Deus, justiça - na auto-atribuição pelo Judiciário de um super-salário de mais de R$ 30 mil reais - num país de salário mínimo quase cem vezes menor.
Não raro muitos desses que advogam em causa própria proferem sentenças criminalizadoras do povo e de suas organizações que lutam por direitos legítimos, historicamente subtraídos. No Brasil do século XXI, um monumental abismo separa o imperativo de construção da justiça social e da democracia política e cidadã do obscurantismo que rege a mídia e o Poder Judiciário, insuscetíveis ao controle público e democrático.
Desde o último 28/11 até o próximo 10/12, mais de mil e quinhentas personalidades, intelectuais, pensadores, ativistas políticos e sociais, amigos, amigas de Cuba e do povo cubano se reúnem em Havana e no interior do país para as celebrações do aniversário de 80 anos do comandante da revolução e do povo cubano Fidel Castro.
As festividades, que incluem concertos, mostras de vídeo, exposições artísticas, encontros, debates e manifestações literárias, foram organizadas pela Fundação Guayasamín, fundada pelo artista e irmão de fé do Fidel, Oswaldo Guayasamín, do Equador.
No dia 02 de dezembro, as celebrações terão um significado especial: nesta mesma data, há exatos 50 anos, em 1956, Fidel e seus companheiros revolucionários - com Che Guevara ao seu lado – desembarcaram na costa cubana a bordo do iate Granma provenientes do exílio no México.
Na seqüência, a mensagem de Fidel aos convidados de todo o mundo que estão em Cuba para as celebrações dos 80 anos do comandante e dos 50 anos do Desembarque do Granma, publicado no jornal cubano Granma:
Mensagem do presidente cubano aos participantes da celebração de seu 80º aniversário
Queridos compatriotas e queridos amigos do mundo inteiro:
Neste período de tempo, trabalhei intensamente para garantir em nosso país o cumprimento dos objetivos do Proclama de 31 de julho.
Agora estamos perante um adversário que tem levado os Estados Unidos a um desastre tal, que, quase com certeza, o próprio povo norte-americano não lhe permitirá terminar seu mandato presidencial.
Ao dirigir-me aos senhores, intelectuais e personalidades prestigiosas do mundo, estava diante de um dilema: não podia reuni-los num local pequeno. Somente o teatro Karl Marx tinha capacidade para todos os visitantes e eu não estava ainda em condições, segundo os médicos, de me defrontar com tão colossal encontro.
Optei a variante de me dirigir a todos os senhores, por este meio. É bem conhecido meu pensamento martiano sobre as glórias e as honras, quando ele disse que cabiam em um grão de milho.
A generosidade dos senhores, na verdade, me espanta. Há muitas pessoas que gostaria de mencionar aqui, mas prefiro não fazê-lo e peço-lhes desculpa por apenas mencionar um nome: o de Oswaldo Guayasamín, uma vez que ele conseguiu sintetizar muitas das melhores virtudes dos que estão aqui presentes.
Ele me fez quatro retratos. O primeiro que pintou em 1961 desapareceu. Busquei por todo lado e nunca o achei. Quanto sofri quando soube a pessoa excepcional que era Guayasamín. O segundo foi em 1981 e ainda é conservado na Casa de Guayasamín na Havana Velha. O terceiro, em 1986, é conservado na "Fundação Antonio Núñez Jiménez da Natureza e do Homem". Quando nos conhecemos, quão longe estávamos ele e eu de imaginar que o quarto retrato seria um presente de aniversário em agosto de 1996.
Quão inspiradoras foram suas palavras quando disse: "Em Quito e em qualquer canto da Terra deixem uma luz acesa, voltarei tarde"
De Oswaldo Guayasamín escrevi um dia, ao inaugurar a Capela do Homem: "Foi a pessoa mais nobre, transparente e humana que eu conhecera. Criava à velocidade da luz e sua dimensão como ser humano não tinha limites"
Enquanto o planeta existir e os seres humanos respirarem, a obra dos criadores existirá.
Hoje, ademais, graças à tecnologia, as obras e os conhecimentos que o homem criou ao longo de milhares de anos estão ao alcance de todos, embora ainda não se conheçam os efeitos que as radiações de bilhões de computadores e telefones celulares terão sobre os seres humanos.
Há poucos dias, a prestigiosa organização Fundação Mundial para a Vida Silvestre (WWF International, por suas siglas em inglês), fixada na Suíça e considerada mundialmente como a mais importante ONG que controla o meio ambiente global, declarou que o conjunto de medidas aplicadas por Cuba para proteger o meio ambiente a tornavam o único país da Terra que cumpre os requisitos mínimos de desenvolvimento sustentável. Isso constituiu uma honra estimulante para nosso país, mas de pouca repercussãomundial, em face do peso de sua economia. Por isso, no passado dia 23, enviei uma mensagem ao presidente Chávez em que disse:
"Querido Hugo:
Ao adotar um Programa Integral de Poupança de Energia, você se converterá no mais prestigioso defensor mundial do meio ambiente.
"O fato de a Venezuela ser o país com maiores reservas de petróleo é de grande relevância e o converterá em um exemplo que levará todos os demais consumidores de energia a fazerem o mesmo, poupando quantias avultadas de investimento.
"Ao igual que Cuba, produtora de níquel, mobiliza recursos de bilhões de dólares para seu desenvolvimento, a Venezuela, com suas exportações de combustíveis, poderia mobilizar trilhões de dólares.
"Se os países industrializados e ricos conseguissem o milagre de reproduzir no planeta, daqui a várias dezenas de anos, a fusão solar, depredando antes o meio ambiente com emanações de combustíveis, como será que os povos pobres, que constituem a imensa maioria da humanidade, poderão viver nesse mundo.
"Até a vitória sempre!"
Por último, queridos amigos que tiveram a imensa honra de visitarem nosso país, despido-me com profunda dor por não ter podido agradecer-lhes pessoalmente e abraçá-los. Temos o dever de salvar nossa espécie.
Fidel Castro Ruz
28 de novembro de 2006
Jeferson Miola, integrante do IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre - jmiola@uol.com.br
Finalmente a imprensa gaúcha é forçada a noticiar a verdadeira situação administrativa e financeira em que o Estado do Rio Grande do Sul está sendo deixado pela mesma composição partidária que assumirá o comando do governo gaúcho em 1º de janeiro próximo, entretanto com Yeda-Feijó em lugar de Rigotto-Holfeldt.
Durante os últimos quatro anos o governador Rigotto foi protegido por uma cobertura parcial e conivente de toda a grande mídia gaúcha – desta feita, não só do grupo RBS – que ocultou da sociedade a grave crise tanto da administração pública como da economia gaúcha.
É ululante dizer que faltou compromisso analítico e independência à mídia local para identificar os nexos de causalidade entre esta realidade de colapso econômico e administrativo do Rio Grande e o fracassado modelo implementado, com aumento indiscriminado de impostos, Fundopem concentrado para mega-empresas, manutenção de privilégios, abandono de estratégias de desenvolvimento, sucateamento da UERGS e da educação profissionalizante. A situação das finanças públicas do Rio Grande é gravíssima e vinha sendo denunciada em vão pela oposição nos últimos três anos, mas somente agora é revelada na sua dramaticidade real. Na eleição, porém, foi categoricamente desmentida por Rigotto com a complacência da mídia.
A ausência de compromisso crítico e independente da imprensa esterilizou o verdadeiro debate público que o Rio Grade deveria ter realizado em busca de alternativas para o desenvolvimento regional diante dos formidáveis estímulos criados pelo governo Lula, que aportou recursos, investimentos púbicos e privados como não ocorreu no Estado nas últimas duas décadas.
Ao contrário disso, a discussão da crise foi editorializada para não favorecer o PT e o sentimento oposicionista na população. Prevaleceu a tese simplista de atribuir peso absoluto ao clima e ao câmbio pela determinação da crise, abstraindo os equívocos e as responsabilidades do governo estadual e das forças conservadoras cujas opções de governo atrasam o Estado. Essas duas variáveis atravessam os tempos, e nem por isso impediram o crescimento do Estado durante os governos de Alceu Collares e de Olívio Dutra, mas foram tratadas como fatalidades incontornáveis para o governador Rigotto.
Diante da exposição pública do descalabro do Estado – mesmo porque não há que temer riscos eleitorais porque a eleição já passou – a mídia fica obrigada a publicar esta realidade. E o faz, contudo, desde uma perspectiva fragmentária e alienante, dificultando a compreensão totalizante pela população e o conhecimento, por exemplo, de que uma única empresa abocanhou hum bilhão de reais em benefícios fiscais.
Jeferson Miola, integrante do IDEA – Instituto de debates, estudos e alternativas de Porto Alegre - jmiola@uol.com.br
Rafael Correa, que integrou a frente de esquerda na disputa à eleição presidencial do Equador, derrotou o direitista Álvaro Noboa, o empresário mais rico do país que foi apoiado pelo governo norte-americano nas eleições.
O Equador é um país marcado pelo conflito político que é intrínseco aos países que adotaram o [des]ajuste neoliberal. Em apenas 6 anos, três presidentes neoliberais do Equador foram pacificamente depostos ou tiveram seus mandatos encurtados após levantes populares. A deposição de governantes neoliberais se tornou um fato corriqueiro na América Latina desde os anos 1990, em que os adeptos do Consenso de Washington não só foram derrotados, como também implicados em processos penais ou fugidos dos próprios países – Salinas do México, Fujimori do Peru, Pérez da Venezuela, Menem da Argentina.
No Equador, o último a ser deposto foi o então “nacionalista” Lúcio Gutierrez, um coronel do exército que foi eleito presidente com o apoio da esquerda política e social e das populações indígenas, que representam praticamente a metade da população do país. Logo no início do mandato, Gutierrez iniciou a aplicação de medidas anti-populares e anti-nacionais, culminando com a adoção do dólar como moeda oficial do país e a realização de acordo bilateral de livre comércio com os EUA. Da empolgação militante à desesperança foi um passo, e o Equador se tornou mais um exemplo do fracasso das experiências neoliberais do continente. Por isso, abrigou o primeiro Fórum Social das Américas, em julho de 2004, realizado na capital Quito.
A eleição de Rafael Correa, da Aliança País, envereda o Equador para o caminho da soberania e da auto-determinação. É a retomada de uma hipótese de desenvolvimento com sustentabilidade a partir das vocações próprias do país, que possui riquezas de subsolo [principalmente petróleo], forte inclinação agrícola, rica produção cultural, costa litorânea no oceano pacífico, integração amazônica e forte potencial turístico.
Rafael Correa antecipou alguns nomes que constituirão o governo central, e dentre eles há de se destacar a presença de Alberto Acosta [crítico da dolarização], Gustavo Larrea [dirigente de esquerda], Ricardo Patino [crítico do pagamento da dívida], Carlos Pareja Yanuzzelli [revisor de contrato lesivo firmado com empresa norte-americana, que acarretou a suspensão do tratado de livre comércio com os EUA]. É de se esperar a divulgação de outras representações que integrarão o governo de Correa, como do Pachakuchi [partido indígena de esquerda].
No país da economia dolarizada, a política pendeu para os ventos esquerdizantes que sopram em toda a América Latina, o que é mais um assombro para George W. Bush Júnior – o Mister Danger, como costuma se referir a ele o presidente Hugo Chávez. No último ano e meio, Bush amargou a derrota eleitoral de seus aliados na Bolívia, na Nicarágua, no Brasil e no Equador. Só não perdeu no México mediante uma escandalosa fraude contra López Obrador, o que cria um ambiente de instabilidade e de sério conflito.