A candidata Yeda, que tem se notabilizado na técnica de Goebbels de repetir uma mentira um milhão de vezes até que se torne verdade, alardeia a falsa informação de que a FORD gerou 100 mil empregos na Bahia e fez o PIB baiano crescer 86%! É um disparate total!
A deputada é mais “fordista” que a própria FORD. No protocolo assinado pela FORD com o governo Britto, a empresa se comprometia a gerar 1.500 [hum mil e quinhentos] empregos diretos e entre 15.000 e 20.000 empregos indiretos. Mas a superestimação de empregos não é a única mistificação que a direita gaúcha faz em torno desse assunto.
Há outros pontos obscuros que necessitam ser iluminados e que dizem respeito à trama arquitetada pelas forças conservadoras para tirar a FORD do Rio Grande e selar um carimbo definitivo em Olívio e no governo por ele comandado. O episódio da FORD ensina o quanto a direita ardilosa é capaz de fazer na luta política e ideológica contra os seus oponentes.
Yeda, FHC & ACM
Quando o governo Olívio tomou posse, não havia nenhum registro sobre as ações do governo anterior e não foram encontrados documentos sobre as negociações efetivadas entre o governo anterior e a FORD, a GM e a DELL.
Só depois de algum tempo as próprias empresas forneceram tais documentos. A partir de então o governo iniciou as negociações, obtendo êxito com a DELL e também com a GM, que resultou numa economia de mais de 100 milhões de reais para o Tesouro Estadual.
Com a FORD, contudo, foi mais difícil, pois a empresa fez mais política do que negociação. Simulava negociar com o governo gaúcho ao mesmo
Depois de finalmente se acertar com FHC e ACM, a FORD abandonou a mesa de negociações com o governo Olívio e declarou o rompimento unilateral do contrato, apesar da proposição de R$ 196 milhões dos R$ 440 milhões prometidos por Britto e da não contestar da renúncia fiscal de R$ 3 bilhões de reais.
Em seguida o governo federal aprovou a Medida Provisória nº 1740 com a prorrogação da vigência das regras para o regime automotivo no Brasil, para no fundo permitir a transferência da empresa para a Bahia.
A deputada Yeda, apesar de ter mandato popular conferido pelo povo gaúcho, trabalha contra o Rio Grande. Ela aprovou a MP e não se insurgiu contra essa traição ao povo gaúcho. Yeda na verdade sempre apoiou a guerra fiscal de FHC porque faz o jogo da elite paulista e não defende os interesses gaúchos.
Beneficiar uma empresa e quebar o Estado e a economia gaúcha
A direita gaúcha sonega a intransigência da FORD que queria receber os R$ 440 milhões [em valores da época seriam 440 milhões de dólares!], e também oculta o quadro de debilitamento das finanças públicas causado pelo governo de Yeda e Britto.
Como o governo Olívio poderia doar os R$ 440 milhões para a FORD se o ex-Secretário da Fazenda do governo anterior dizia ser necessário privatizar o Banrisul para pagar os salários de março? Com qual dinheiro, se Britto deixou as finanças estaduais completamente destruídas, mesmo depois da farra das privatizações? Como ficariam as obrigações na saúde, na educação e na assistência social? Seria aceitável alcançar R$ 440 milhões a uma única empresa e abandonar um setor inteiro, como do couro e do calçado, que agonizava desde os tempos de Britto e Yeda?
A proposta do governo Olívio representava o limite do possível nas condições em que se encontravam as finanças públicas, mas mesmo assim a empresa se manteve irredutível.
Com muito menos aporte financeiro, o governo Olívio desenvolveu vários programas que fortaleceram as cadeias produtivas locais, em especial o setor coureiro-calçadista, que apresentou um saldo positivo de quase 40.000 empregos. Este mesmo setor, abandonado nos governos do PMDB/PSDB, apresentaram saldos negativos do nível de emprego: -39 mil com Britto e -3.800 empregos com Rigotto.
A fantasia dos empregos e do crescimento
No protocolo de intenções, a FORD se comprometia a gerar 1.500 diretos e entre 15 e 20 mil indiretos.
A deputada Yeda, que deve ter feito curso de economia na Faculdade do Pinóquio, mente ao dizer que a FORD gerou 100 mil empregos na Bahia e que o PIB baiano cresceu 86%.
De acordo com a RAIS do Ministério do Trabalho, entre 1999 e 2005 foram criados apenas 5.600 empregos na indústria de automóveis e autopeças em todo o Estado da Bahia.
Em todo o setor industrial da Bahia – incluída a petroquímica, agroindústria, indústria têxtil, alimentação e outras - foram criados 68.000 empregos entre 1999 e 2005.
Por outro lado, o IBGE aponta um crescimento de 25% entre 2000 e 2005 do PIB da Bahia, sendo que foi o setor agropecuário que teve maior participação neste índice, com crescimento de 60,8%.
Ou seja, mesmo que somente a Ford tivesse sido o único investimento na Bahia, não há indicador que sustente que tenha gerado os 100 mil empregos alardeados pela deputada.
Se a FORD tivesse levado a Bahia ao paraíso, a oligarquia carlista teria um reinado eterno em Camaçari e no Estado da Bahia. Ocorre que o PT governa a cidade de Camaçari e venceu no primeiro turno a eleição para o governo baiano, impondo uma estrondosa derrota ao cacique ACM.
A deputada e seus aliados poderiam citar o impacto da GM aqui no Estado. No período de 1999 até 2005, o saldo total de empregos em todos os setores econômicos de Gravataí – indústria, comércio, agropecuária e serviços – foi de 10.000 empregos.
Se doar patrimônio e recursos públicos a mega-empresas fosse uma receita boa, Rigotto teria levado o Rio Grande ao pódio do crescimento, pois somente a Gerdau foi beneficiada com R$ 1 bilhão através do Fundopem. No governo de Yeda e Rigotto, entretanto, o Rio Grande tem um crescimento três vezes menor que a média nacional [2,7% contra 7,9%].
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