sábado, 21 de outubro de 2006

Mais pedágios com POLÃO de Yeda, Britto e Padilha

No debate da TV Guaíba, a candidata Yeda não pôde continuar escondendo e finalmente foi obrigada a revelar que pretende implantar novos pedágios com o Polão.

O Polão da Região Metropolitana de Porto Alegre, concebido no contexto global do projeto de pedagiamento rodoviário do governo Britto / Yeda com Padilha no Ministério dos Transportes de FHC, foi a solução neoliberal para o problema de saturação da BR 116 na confluência para Porto Alegre.

O contrato do Polão prevê como obras emergenciais a instalação imediata de QUATRO PRAÇAS de pedágio – no Scharlau [BR 116 com RS 240], na Tabaí-Canoas [BR 386 com BR 116], na BR 116 à altura do Zoológico e na RS 118 em direção ao Vale do Gravataí.

As empresas concessionárias então exploram as praças de pedágio por um período de DEZ ANOS tendo apenas algumas obrigações cosméticas, como pinturas de pistas e pequenos reparos. Somente a partir do décimo primeiro ano, com um enorme capital arrecadado nas rodovias já existentes, as empresas concessionárias teriam então a obrigação de iniciar a chamada obra estrutural, a Rodovia do Parque, que seria parcialmente executada com o prazo de três anos para ser concluída!
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Na administração estadual de Olívio Dutra, a pequena brecha jurídica existente nos contratos foi aproveitada e o projeto do Polão foi cancelado, assim como o Pólo de Pedágios de Pelotas/Santa Maria. Ao todo, o governo Olívio impediu a instalação de 2 Complexos [Pólos] e 14 praças de Pedágio previstas por Britto.

O governo Olívio, juntamente com a UFRGS, elaborou o estudo para a viabilização de alternativa para o desafogo da BR 116 sem a implantação de pedágios. O resultado foi o projeto de Anel Viário Metropolitano, que na integralidade prevê um grande roteiro composto por dois eixos de ligação entre a BR 290 em Porto Alegre e a Região da Serra, que correm em paralelo à BR 116 nas direções Oeste e Leste.

No projeto do Anel Viário, a primeira fase de obras prevê a construção imediata da Rodovia do Parque [BR 448], a conversão da BR 116 em Perimetral e a duplicação da RS 118 entre a BR 116 e BR 290 – todas as obras realizadas sem a criação de pedágios. A segunda fase do Anel Viário, que compreende as alças de ligação entre as Regiões Metropolitana e Serra, será iniciada imediatamente após a conclusão da primeira etapa e mediante a obtenção de novas fontes de financiamento.

Note-se que a primeira fase do Anel Viário Metropolitano engloba a abrangência do Polão, pois viabiliza as soluções viárias para a interligação da Serra, do Vale do Paranhama e da Zona da Produção com Porto Alegre - sem pedágios. O governo Lula revogou a licitação feita por Padilha e já iniciou a primeira fase imediatamente, sem criar pedágios. Lula já reservou R$ 100 milhões para a Perimetral da BR 116 e mais R$ 278 milhões para a Rodovia do Parque para que as duas grandes obras sejam concluídas nos próximos três anos. O governo estadual, por sua parte, também iniciou a duplicação da RS 118, a qual será acelerada no governo Olívio com recursos da CIDE e da negociação da dívida.
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É inaceitável, por isso, que Yeda proponha um retrocesso com a retomada do plano de pedágios do Britto e do Padilha. E pior: com a instalação de quatro praças de pedágio que arrecadariam durante DEZ ANOS, para só a partir do décimo primeiro ano iniciar uma única obra.

Preocupa a intransigência da candidata em manter a proposta de Polão, apesar da solução já em andamento com os investimentos do governo Lula na Perimetral da BR 116 e na Rodovia do Parque junto com a duplicação da RS 118 pelo governo estadual.

Será que Yeda gostaria de brigar com Lula e cancelar os investimentos públicos federais no Anel Viário? Ou Yeda pretende repassar as rodovias para as concessionárias explorarem com pedágios mesmo que todos os investimentos que estão sendo feitos sejam do setor público?

Yeda mentiu no debate da TV Guaíba quando disse que prefeitos de 31 municípios da Grampal [Associação dos Municípios da Grande Porto Alegre] apóiam a retomada do Polão. Pela simples razão de que a Grampal é composta por DEZ municípios, e nem todos prefeitos aceitam este atraso ao desenvolvimento. A candidata também não conversa com os prefeitos dos Vales, da Serra e da Produção para saber qual a posição deles e de suas comunidades sobre pedágios.

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