segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Marcha da insensatez

Tudo ia perfeitamente bem.
A campanha re-eleitoral de Lula se encaminhando para a vitória já no primeiro turno, a maioria do povo não se deixando levar pelo lacerdismo da direita, as maracutaias do PSDB e PFL sendo descobertas na CPI e pela Polícia Federal, e indicativos de que a representação parlamentar do PT poderá ser mantida ou mesmo levemente ampliada.

Até que surgem os estúpidos que podem pôr muita coisa a perder.
Parecem ter reencarnado o espírito de alguns do PT que caíram em desgraça e produziram a maior crise da história do PT justamente por terem imitados os métodos tradicionais e abomináveis de ação da direita brasileira.

O PT não combina com isso. Aliás, o PED [processo de eleições diretas] foi um sopro de vitalidade para o reencontro do PT com seus valores fundantes e para seu distanciamento de condutas degenerantes.

A fórmula de sucesso do PT está em si mesmo, não na aproximação com as maneiras e os velhos esquemas de poder da classe dominante brasileira.

O PT precisa mais de si mesmo, de inspiração na sua originalidade formativa, do seu programa atualizado à luz das complexas e desafiadoras tarefas postas no mundo contemporâneo. Em definitivo, não será em “aulas de pós-graduação em sociologia política” com professores como Jader Barbalho que o PT cumprirá esse percurso historicamente exigido.

A belíssima obra A Marcha da Insensatez, da autora Bárbara W. Tuchman [José Olympio Editora], talvez seja melhor fonte para o PT reencontrar inspiração. Dentre outros ensinamentos, o livro disseca a arte de governos aplicarem políticas que contrariam os próprios interesses. Ou dito de forma explícita: como a “insensatez política conduz a resultados contraproducentes”.

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