A omissão do mundo em dar respostas satisfatórias às graves crises em curso em muitos países da região – em especial na Palestina [clicar para ler], Iraque e Líbano – poderá trazer conseqüências imponderáveis, como se percebe no tom das opiniões de Niall a partir de alguns trechos da entrevista aqui transcritos:
“Em segundo lugar, o nível de violência no Oriente Médio é altíssimo e tem potencial para crescer ainda mais. Cerca de 3.000 pessoas são mortas no Iraque todo mês, e a tendência é que esse número aumente se os EUA se retirarem do país. Há risco de guerra total, entre os EUA e o Irã e entre Israel e o Irã. É uma região extremamente perigosa.”
“Muito tempo foi desperdiçado com o governo Bush. O poder de iniciativa foi perdido. Bush não soube usar sua influência como presidente dos EUA no Oriente Médio. Mas os EUA não são os únicos responsáveis. Todos os membro permanentes do Conselho de Segurança da ONU [EUA, Reino Unido, França, Rússia e China] têm o dever de estabilizar a situação em Gaza e no Iraque. Mas não há sinais de que a China, muito menos a Rússia, vejam a necessidade disso.”
“A coisa mais importante agora é o engajamento com o Irã. Se o próximo presidente [dos EUA] for sensato ele fará o que fez Nixon quando foi à China. Precisamos de um presidente que vá a Teerã e comece a engajar essas pessoas. Isolar regimes e aplicar sanções quase nunca funcionou na história da diplomacia.”
“A probabilidade de que Bush ordene uma ação militar antes de deixar a Casa Branca é de 50%. Estamos mais próximos do que muita gente se dá conta de um segundo ataque preventivo americano. As conseqüências de uma ação como essa são incalculáveis. Estamos numa época muito perigosa e, por isso, discordo categoricamente de Luttwak. Dar as costas para o Oriente Médio hoje seria como fazê-lo com os Bálcãs no verão de
Na mesma FSP há uma entrevista com o ex-consultor de defesa do Departamento de Estado dos EUA e atual assessor sênior do Centro de Estudos Internacionais e Estratégicos em Washington, Edward Luttwark, que pensa haver catastrofismo nas posições de Ferguson, pois o Oriente Médio não tem a importância que já teve. Para usar as palavras usadas por Ferguson para classificar a opinião de Luttwark: uma tolice, Uma tremenda tolice!
Um comentário:
Acredito em uso de armas atômicas inclusive. Penso que EUA e Israel não terão saída. Para manterem a hegemonia na região, será a base da força bruta mesmo.
Postar um comentário