Ontem foi lançado o “Programa Comum” do setor político-parlamentar que une PCdoB, PSB e PDT, denominado “Bloco de Esquerda”. Mesmo sendo declaradamente base de sustentação do governo Lula e das políticas sociais em andamento, o Bloco de Esquerda buscará consolidar a unidade entre os três partidos e ampliar o cacife político-eleitoral nas eleições municipais do próximo ano com independência do principal ex-aliado, o PT.
Diz um trecho do Programa: “No momento oportuno em que estará na ordem do dia os entendimentos sobre o próximo pleito de 2008, os Partidos que compõem o Bloco, resguardado suas autonomias na constituição das frentes eleitorais, darão prioridade nesse momento à realização de alianças entre eles”.
Nos principais centros urbanos do país onde possuir candidaturas densas eleitoralmente o Bloco não hesitará em lançá-las, inclusive em competição com o campo eleitoral organizado em torno do PT. Tanto o PCdoB quanto o PSB vêm revelando quadros políticos com potenciais senão de vitórias eleitorais, ao menos de grande contribuição para a construção partidária e social das respectivas agremiações.
Não por outra razão a pré-candidatura da deputada federal Manuela D´Ávila freqüenta naturalmente o tabuleiro das eleições
Para o PT é fundamental e absolutamente prioritário recuperar Porto Alegre na futura eleição, como parte da restauração da capacidade de disputa hegemônica na sociedade gaúcha, abalada por sucessivas derrotas eleitorais.
Por isso, o PT deveria desde logo – se é que já não o vem fazendo – a par de assegurar a unidade na escolha da sua candidatura, aprofundar as condições que permitam a manutenção da Frente Popular nas próximas eleições, garantindo a parceria com o Bloco de Esquerda e um lugar para a deputada Manuela na chapa majoritária.
Frente ao desgaste dos governos conservadores dos principais centros políticos e econômicos do Rio Grande do Sul – Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas e Canoas – é imperativo a constituição de alianças da esquerda gaúcha para avançar em direção à retomada de um projeto democrático-popular no Estado em 2010. O próximo ano é determinante para que essa exigência se torne realidade.
Um comentário:
O chamado "Bloco de Esquerda" vai mostrar a que veio. Poderemos dimensionar o seu verdadeiro tamanho, por enquanto fico com a definição de um amigo: é argentino. Se desse para comprar pelo que vale e vender pelo que diz que vale, fica-se rico.
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