Comparecer a debates públicos, independentemente da condição eleitoral que se desfruta, é um predicado democrático e um exemplo republicano. É má escola política aquela inaugurada por FHC no gozo de enormes vantagens numéricas em relação aos adversários da época – inclusive o próprio Lula.
Mas o debate da Globo não se processa em condições normais de temperatura, pressão e republicanismo. Ao contrário, existe uma atmosfera envenenada que abrange a mídia, os políticos lacerdistas, o Congresso, o TSE e procuradores da República. Por isso a reflexão sobre o comparecimento de Lula é menos teórica em “estado puro” e mais tática-eleitoral.
Os inimigos e adversários nunca esconderam o desejo de afofar Lula em debates. O debate da Globo foi editorializado como o acontecimento mais importante e decisivo dessas eleições - do ponto de vista da direita e do conservadorismo que tenta a última cartada para evitar sua derrota já.
A gentileza e candura dos adversários é tanta que expressam preocupações de prejuízos ao próprio Lula, caso ele se ausente [sic]. Mais: comprometem-se a tratá-lo com doçura durante a contenda.
Hoje a noite não haverá debate, mas sim uma guerra de quatro contra um. É a Globo, HH, Alckmin e Cristóvam contra Lula.
Quer Lula compareça ou não, a guerra terá sempre esta configuração de
As condições de atacarem o Lula são infinitamente maiores que a sua capacidade de defesa, por mais sagaz e hábil que seja na construção de respostas.
A hipótese de conter e/ou recuperar as perdas eleitorais havidas nos últimos dias é neutralizada pela hipótese mais provável de perder pontos frente aos ataques multidirecionais que receberá.
Mas em última instância quem decidirá isso é o próprio Lula ou os sábios que o cercam, que sempre conseguem metê-lo [e a todos os petistas] em enrascadas monumentais. Nada autoriza a não pensar que não façam, nesta hora, a pior escolha.
2 comentários:
Parece que, desta vez, o Lula foi bem orientado e fez a melhor escolha. Mas há quem diga que prevaleceu na decisão, para a escolha final, os dados das pesquisas Datafolha e Ibope. Não importa: o Lula não deu "material" para bater nele.
péssimo não ter ido ,pois aqui no sul mesmo que em desvantagem numérica há uma lógica (positivista)de heroísmo,sendo que áquele que foge à luta é considerado covarde.o que pode explicar o porque de que sempre lula recebeu uma boa votção e agora foi lá embaixo.observe-se os dados eleitorais nas cidades da grande porto alegre governadas pelo frente(pt-principalmente),em todas a votação foi menor que a do "aidemim".
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