segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Crise editorializada

Os jornais brasileiros de circulação nacional como a Folha, o Estado de SP, Globo e Correio Braziliense trazem manchetes de capa das edições dessa segunda-feira em torno da declaração de Lula proclamando vitória no primeiro turno.

A ver:
Correio Braziliense: Lula e Alckmin empatam no DF. Presidente diz que ganhará no 1° turno
O Estado de São Paulo: Lula: "Podem denunciar, mas ganho no 1° turno"
Folha de São Paulo: Lula diz que "mata" eleição no 1° turno
O Globo: Lula se compara a Cristo e diz que ganha no 1° turno

Nas matérias predomina a cobertura sobre o escândalo provocado pelo dossiê e a respeito dos estúpidos personagens que fizeram a picaretagem. Muito pouco é reportado sobre o conteúdo do dossiê, que são as falcatruas da turma do PSDB junto com a famiglia Vedoin. De qualquer maneira, o principal da cobertura não trata o escândalo como uma crise. O caso do dossiê é tratado como deveria, ou seja, como um escândalo.

Zero Hora, porém, é semiótica.
A edição de hoje não faz mera cobertura sobre o escândalo do dossiê e seus desdobramentos, mas sim cria o clima de recepção de Lula, que chega ao Estado para compromissos oficiais e de campanha.

A manchete de capa do jornal é “Em meio à crise, Lula visita o RS”.
Nas matérias internas, ZH se esmerou com reportagens sobre “o serviço secreto” [sic] do PT com ilustrações até de PC Farias na matéria; sobre a queda de Lula nas pesquisas; a “blindagem” [sic] do PT gaúcho a Lula nas atividades de campanha no RS; sobre o mal-estar de Alckmin e por aí vai.

Mas surpreende muito a reportagem “Clube Militar vê risco à democracia”. A matéria, que destoa de toda a imprensa nacional, ganha destaque na edição de ZH porque “confere” veracidade à idéia de “crise” estampada na capa.

Dispensável referir que as atividades da campanha Olívio, especialmente a enorme [e maior] caminhada no Brique da Redenção, não figurou no jornal.

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