A FAO – Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação tem realizado sistematicamente estudos a respeito do impacto da implementação em escala mundial de um programa energético baseado no desenvolvimento dos biocombustíveis.
No mais recente estudo, a FAO [clique para acessar FAO] detecta haver uma elevação de 9% dos gastos mundiais com importações alimentares em função não somente do aumento de consumo, como também do aumento dos preços dos comodities agrícolas, que pode estar associado ao pretenso uso energético.
A elevação destes custos, segundo a FAO, atinge de maneira mais severa os países mais vulneráveis economicamente, menos desenvolvidos e mais deficitários em termos de alimentos. Quer dizer: os pobres pagam a maior parte da conta.
De acordo com o economista da FAO Adam Prakash, “a importação de alimentos para os países menos desenvolvidos em 2007 custará de forma aproximada 90% mais do que custava em
Os preços das sementes oleaginosas com potencial de aplicação energética continuam subindo, assim como os preços das matérias-primas agrícolas [soja, milho] para várias cadeias produtivas, como de alimentação, aves e suínos, gerando um aumento exponencial dos custos alimentares no mundo, principalmente das carnes e lácteos, que subiram 46% desde novembro de 2006.
A questão alimentar é apenas um dos muitos ângulos a serem considerados na adoção em larga escala de programas energéticos baseados em biocombustíveis. A essa problemática devem ser agregadas as preocupações de ordem agrária, tecnológica, ambiental e cultural, que não estão sendo adequadamente balanceadas na condução desta política.Não se pensar globalmente esta questão pode criar no futuro situações kafkianas de famintos sem ter o que comer mas andando de carro.
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