Entre tsunamis
Depois do maremoto vem a calmaria. Essa parece ser a crença e a sina de Olívio Dutra.
No debate da TV Pampa, Olívio disse que assumiu o governo do Rio Grande depois de um tsunami, e que foi sucedido por outro tsunami. Ambos, causados pela aliança PMDB-PSDB.
E ele assegura que para enfrentar colossais dificuldades, é essencial coragem e destemor. O que demonstrou possuir quando governou o Estado de
Tirando do marasmo
Olívio foi enérgico ao responder a uma tentativa capciosa do candidato Turra de imputar ao candidato do PT a pecha do atraso. Olívio chamou Turra à realidade e disse que os governos em que o PP tomou parte levaram o Rio Grande ao marasmo, e que foi como se "agarrasse o Rio Grande pelos cabelos para tirar do buraco em que governos conservadores tentaram enfiá-lo".
Yeda bem que tentou aplicar outra vez o truque de que representa o “novo jeito de governar”, mas se saiu mal. Com uma cara de andróide teleguiada e com laquê suspendendo o novo corte de cabelos, a candidata mantinha uma expressão metálica e repetia mecanicamente o vocabulário prescrito por seus marqueteiros.
Se lhe perguntassem o local de nascimento, de tão condicionada a candidata seria capaz de responder: “sei, no novo jeito de governar”!
Mas já no primeiro confronto com Olívio, a candidata tentou tergiversar e ouviu do candidato da Frente Popular que não é nenhuma novidade na política e tem responsabilidades na crise do Estado, pois foi vice dos governos desastrosos do Britto e do Rigotto.
Além disso, Olívio disse que o tal “jeito novo” da candidato não passa da velha forma de privatizar, tirar dinheiro da saúde, da educação e da segurança e de atacar o funcionalismo.
Jogando com a direita
Definitivamente o candidato Roberto Robaina, do PSOL, revela portar a doença de esquerdismo infantil, a velha enfermidade detectada ainda no século XIX por Lênin. E, assim, faz direitinho o jogo da direita.
De forma odiosa e agressiva, associou o PT/RS com os esquemas de corrupção ocorridos em Brasília e cobrou satisfações do Olívio. Olívio foi duro: chamou de leviano e irresponsável o comportamento de Robaina, e estranhou a contradição do candidato, que saiu do PT mas não largou o CC de assessor parlamentar conquistado pelo PT.
Lamentável que o PSOL, que a dois anos recebeu assinaturas de apoio democrático de muitos militantes de esquerda para poder se legalizar, hoje perca a dimensão histórica e estratégica de qual o lado deveriam se posicionar.
A direção do PSOL, que é ideológica e teoricamente muito bem formada, não desconhece o fato de que em lugar de Lula não viria a Heloisa Helena, a Luciana Genro ou o Babá, mas sim a direita mais ortodoxa e conservadora vinculada à Opus Dei, com Alckmin.
Vela que se apagou
O candidato Collares foi outro que tirou o véu da “novidade” de Yeda. Esclareceu a responsabilidade do PSDB na profunda crise do Rio Grande como vice nos governos do PMDB.
Collares também alertou para o risco inexperiência administrativa de Yeda para governar o Estado.
Como exemplo, Collares citou a meteórica passagem da “andróide” pelo Ministério do Planejamento durante o governo de Itamar Franco.
Demonstrando respeito pela candidata, Collares somente mencionou que Yeda durou apenas 104 dias corridos ou 58 dias úteis no Ministério, poupando-a do constrangimento de ouvir que foi demitida por incompetência. Então saiu-se com o espirituoso comentário de que Yeda foi como “uma vela que se apagou ...”
Racismo e preconceito como resposta
Visivelmente irritada, a candidata Yeda reagiu de maneira racista e preconceituosa à ironia de Collares, dizendo que também “se pode acender uma vela em esquinas ...”.
É um ataque inaceitável ao povo negro e às práticas religiosas afro-descendentes.
Em direção ao Norte e Nordeste
Sempre fugindo às responsabilidades sobre a crise do Rio Grande e o DNA incrustado na trágica situação do Estado, finalmente a candidata apresentou os refúgios onde se pode encontrar o tal “jeito novo de governar” do PSDB.Ficam no Pará, região Norte; e no Ceará, na região Nordeste brasileira. De imediato, sai na memória o massacre de 19 colonos em Eldorado dos Carajás como a “novidade tucana” no Pará, e a indústria de prostituição infantil e juvenil como “novidade tucana cearense”, onde os neoliberais do PSDB sequestraram o futuro das novas gerações. A ver, na seqüência, outros segredos da senha dada pela candidata ...
O estranho é que a candidata escolheu refúgio tão distante, quando poderia, por exemplo, ter citado o reino de São Paulo, onde os principais artífices do PSDB governam nos últimos 12 anos e onde vicejam coisas como o PCC ...
Governador-candidato limitado II
Rigotto foi afofado por todo mundo no canto do ringue. Em meio às críticas, outra vez se valeu da choradeira e da transferência de responsabilidades pelos problemas a São Pedro e ao governo federal.
Na falta de explicações convincentes sobre todos os números desfavoráveis a sua gestão, de novo demonstrou sua técnica diversionista para enrolar e manipular dados e misturar alhos com bugalhos.
Ah, Rigotto também não se cansou de dizer que fez o máximo que podia, que atuou dentro dos seus limites. Imaginemos se tivesse sido um pouquinho mais esforçado, qual seria o tamanho do buraco em que enfiaria o Rio Grande.
3 comentários:
Biruta:
Faltou mencionar a manifestação preconceituosa da candidata Yeda quando resapondeu à crítica irônica feita por Collares. Collares comparou a passagem relâmpago da candidata pelo Ministério do Planejamento do governo Itamar a uma vela que se extingue rápido. Ao que Yeda rebateu, em tom arrogante, dizendo que vela também se acende nas esquinas (referência às religiões afros). Hoje nenhum jornal repercutiu.
Prezada/o Brisa - também do Sul:
Obrigado pelo comentário. Havia feito a observação sobre a atitude racista de Yeda no corpo da matéria, com o seguinte teor:
Racismo e preconceito como resposta
Visivelmente irritada, a candidata Yeda reagiu de maneira racista e preconceituosa à ironia de Collares, dizendo que também “se pode acender uma vela em esquinas ...”.
É um ataque inaceitável ao povo negro e às práticas religiosas afro-descendentes.
Abraços
Perdão, realmente, li os tópicos muito rapidamente. Foi mal. =)
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