terça-feira, 12 de setembro de 2006

Extratos debate TV Pampa

Adiante, alguns comentários preliminares sobre o debate eleitoral ocorrido tarde da noite de 11/09 e início desta madrugada de 12/09 na TV Pampa:


Entre tsunamis
Depois do maremoto vem a calmaria. Essa parece ser a crença e a sina de Olívio Dutra.
No debate da TV Pampa, Olívio disse que assumiu o governo do Rio Grande depois de um tsunami, e que foi sucedido por outro tsunami. Ambos, causados pela aliança PMDB-PSDB.
Agora, governará outra vez o Rio Grande para reconstruir o Estado depois de tamanha destruição.
E ele assegura que para enfrentar colossais dificuldades, é essencial coragem e destemor. O que demonstrou possuir quando governou o Estado de 1999 a 2002.


Tirando do marasmo
Olívio foi enérgico ao responder a uma tentativa capciosa do candidato Turra de imputar ao candidato do PT a pecha do atraso. Olívio chamou Turra à realidade e disse que os governos em que o PP tomou parte levaram o Rio Grande ao marasmo, e que foi como se "agarrasse o Rio Grande pelos cabelos para tirar do buraco em que governos conservadores tentaram enfiá-lo".


Sem véu
Yeda bem que tentou aplicar outra vez o truque de que representa o “novo jeito de governar”, mas se saiu mal. Com uma cara de andróide teleguiada e com laquê suspendendo o novo corte de cabelos, a candidata mantinha uma expressão metálica e repetia mecanicamente o vocabulário prescrito por seus marqueteiros.
Se lhe perguntassem o local de nascimento, de tão condicionada a candidata seria capaz de responder: “sei, no novo jeito de governar”!
Mas já no primeiro confronto com Olívio, a candidata tentou tergiversar e ouviu do candidato da Frente Popular que não é nenhuma novidade na política e tem responsabilidades na crise do Estado, pois foi vice dos governos desastrosos do Britto e do Rigotto.
Além disso, Olívio disse que o tal “jeito novo” da candidato não passa da velha forma de privatizar, tirar dinheiro da saúde, da educação e da segurança e de atacar o funcionalismo.


Jogando com a direita
Definitivamente o candidato Roberto Robaina, do PSOL, revela portar a doença de esquerdismo infantil, a velha enfermidade detectada ainda no século XIX por Lênin. E, assim, faz direitinho o jogo da direita.
De forma odiosa e agressiva, associou o PT/RS com os esquemas de corrupção ocorridos em Brasília e cobrou satisfações do Olívio. Olívio foi duro: chamou de leviano e irresponsável o comportamento de Robaina, e estranhou a contradição do candidato, que saiu do PT mas não largou o CC de assessor parlamentar conquistado pelo PT.
Lamentável que o PSOL, que a dois anos recebeu assinaturas de apoio democrático de muitos militantes de esquerda para poder se legalizar, hoje perca a dimensão histórica e estratégica de qual o lado deveriam se posicionar.
A direção do PSOL, que é ideológica e teoricamente muito bem formada, não desconhece o fato de que em lugar de Lula não viria a Heloisa Helena, a Luciana Genro ou o Babá, mas sim a direita mais ortodoxa e conservadora vinculada à Opus Dei, com Alckmin.


Vela que se apagou

O candidato Collares foi outro que tirou o véu da “novidade” de Yeda. Esclareceu a responsabilidade do PSDB na profunda crise do Rio Grande como vice nos governos do PMDB.
Collares também alertou para o risco inexperiência administrativa de Yeda para governar o Estado.
Como exemplo, Collares citou a meteórica passagem da “andróide” pelo Ministério do Planejamento durante o governo de Itamar Franco.
Demonstrando respeito pela candidata, Collares somente mencionou que Yeda durou apenas 104 dias corridos ou 58 dias úteis no Ministério, poupando-a do constrangimento de ouvir que foi demitida por incompetência. Então saiu-se com o espirituoso comentário de que Yeda foi como “uma vela que se apagou ...


Racismo e preconceito como resposta

Visivelmente irritada, a candidata Yeda reagiu de maneira racista e preconceituosa à ironia de Collares, dizendo que também “se pode acender uma vela em esquinas ...”.
É um ataque inaceitável ao povo negro e às práticas religiosas afro-descendentes.


Em direção ao Norte e Nordeste
Sempre fugindo às responsabilidades sobre a crise do Rio Grande e o DNA incrustado na trágica situação do Estado, finalmente a candidata apresentou os refúgios onde se pode encontrar o tal “jeito novo de governar” do PSDB.Ficam no Pará, região Norte; e no Ceará, na região Nordeste brasileira. De imediato, sai na memória o massacre de 19 colonos em Eldorado dos Carajás como a “novidade tucana” no Pará, e a indústria de prostituição infantil e juvenil como “novidade tucana cearense”, onde os neoliberais do PSDB sequestraram o futuro das novas gerações. A ver, na seqüência, outros segredos da senha dada pela candidata ...
O estranho é que a candidata escolheu refúgio tão distante, quando poderia, por exemplo, ter citado o reino de São Paulo, onde os principais artífices do PSDB governam nos últimos 12 anos e onde vicejam coisas como o PCC ...

Governador-candidato limitado II
Rigotto foi afofado por todo mundo no canto do ringue. Em meio às críticas, outra vez se valeu da choradeira e da transferência de responsabilidades pelos problemas a São Pedro e ao governo federal.
Na falta de explicações convincentes sobre todos os números desfavoráveis a sua gestão, de novo demonstrou sua técnica diversionista para enrolar e manipular dados e misturar alhos com bugalhos.
Ah, Rigotto também não se cansou de dizer que fez o máximo que podia, que atuou dentro dos seus limites. Imaginemos se tivesse sido um pouquinho mais esforçado, qual seria o tamanho do buraco em que enfiaria o Rio Grande.

3 comentários:

Regina Ramão disse...

Biruta:

Faltou mencionar a manifestação preconceituosa da candidata Yeda quando resapondeu à crítica irônica feita por Collares. Collares comparou a passagem relâmpago da candidata pelo Ministério do Planejamento do governo Itamar a uma vela que se extingue rápido. Ao que Yeda rebateu, em tom arrogante, dizendo que vela também se acende nas esquinas (referência às religiões afros). Hoje nenhum jornal repercutiu.

Biruta do Sul disse...

Prezada/o Brisa - também do Sul:
Obrigado pelo comentário. Havia feito a observação sobre a atitude racista de Yeda no corpo da matéria, com o seguinte teor:

Racismo e preconceito como resposta
Visivelmente irritada, a candidata Yeda reagiu de maneira racista e preconceituosa à ironia de Collares, dizendo que também “se pode acender uma vela em esquinas ...”.
É um ataque inaceitável ao povo negro e às práticas religiosas afro-descendentes.

Abraços

Regina Ramão disse...

Perdão, realmente, li os tópicos muito rapidamente. Foi mal. =)