Mas se não foi julgado e condenado, pelo menos a morte do ditador não significa o esquecimento ou o indulto eterno pela barbárie praticada. Perdoar ou indultar o facínora [e todos repressores da sua laia que agiram nos países do nosso continente] é tão criminoso quanto o crime bárbaro que foi cometido por ele [e os da sua laia] contra seu próprio povo.
A presidenta chilena Michele Bachelet, cujo pai foi morto pela repressão de Pinochet, não concederá ao ditador honras de Estado na cerimônia de sepultamento. A declaração do governo brasileiro, de outra parte, é elogiável por relembrar o pesadelo histórico do período da ditadura chilena, e também por não reconhecer Pinochet como alguém que mereça manifestação solene de parte do Estado brasileiro.
Com o avanço das esquerdas no continente latino-americano, cresce a consciência histórica de que é fundamental o julgamento dos crimes da repressão do passado para um futuro de reconciliação. Oxalá seja o destino desejado por Salvador Allende em seu último pronunciamento feito na Rádio Magallanes instantes antes de sua morte no 11 de setembro de 1973:
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