quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Agora só falta o Britto ...

Apesar da reiterada insinceridade da governadora eleita Yeda Crusius, desde que o mundo é mundo se sabia que os disfarces utilizados por ela na eleição - “novo jeito de governar” e “choque de gestão” – não passavam de truque eleitoral.

A poucos dias da posse, a fotografia do governo está praticamente completa, e revela que Yeda foi mais realista que a rainha. Na reedição do velho modo neoliberal de destruir, entregará áreas importantes para figurinhas manjadas que fizeram parte do governo Britto – Berfran, Proença, Bonow, ... Britto, bem lembrado, foi aquele governador que destruiu o Estado privatizando funções públicas [pedágios], entregando patrimônio estatal, doando dinheiro público para transnacionais e demitindo massivamente funcionários de funções essenciais.

Britto tem sua trajetória marcada pela destruição: depois do Estado do Rio Grande, devastou fábricas e empregos da mega-indústria de calçados que presidiu. Hoje, sem ocupação definida, poderá ser uma alma a rondar outra vez a atmosfera do Piratini.

Parafraseando Pagina/12, Biruta do Sul deixa uma pergunta perturbadora: o quê haverá feito o povo gaúcho para merecer isso?!?!?!

Um comentário:

Claudinha disse...

Biruta, penso que tu te referes aos gaúchos e às gaúchas que NÃO votaram na Yeda, porque os demais não se preocuparam em averiguar a sinceridade da candidata, na gíria popular, os "sem-noção".
Penso que nós temos que fazer outra pergunta: como é que o povo gaúcho forma opinião? Não sei como é a tua experiência com eleitores que se recusam a votar no PT, mas a minha e a do Eugênio é inequívoca: repetem todos os chavões dos "formadores" de opinião da TV, rádio e/ou jornal. Até por que, em época eleitral, até os políticos da oposição ao PT fazem uso das mesmas palavras. Fogaça, em debate com o Raul, acusou o Olívio de "mandar a Ford embora". Ora, uma pessoa séria, sendo ele senador da República, jamais poderia afirmar tal barbaridade em público, mas o fez. Assim, aquela parte do povo "mediocrizado" culturalmente, pautado pelo consumo e ideais de vida das novelas da Globo, aceita passivamente toda a verborragia violenta contra os movimentos populares e os partidos de esquerda. Um exemplo disso? A forma da cobertura do funeral do Pinochet no Jornal da Noite da Globo, um modelo de opinião travestida de informação: " governo socialista pós-queda do muro de Berlim", "moderno", "que negocia com os empresários". Então, parte do povo gaúcho - os pantalhizados - merece. A questão é COMO modificar esta visão de mundo que detona com a vida de TODOS. Essas pessoas terão que se responsabilizar pelas suas escolhas.