sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Deputação ou depravação?

Depois do hercúleo e heróico esforço para aumentar em OITO REAIS o salário mínimo do povo brasileiro [que passará de R$ 367 para R$ 375], as excelências legislativas “das Brasília” se auto-concederam um aumento de ONZE MIL SEISCENTOS E CINQUENTA E TRÊS REAIS, de molde que o “subsídio” mensal dos deputados e senadores passará de R$ 12.847 para R$ 24.500.

Com o merecido aumento do “subsídio” mensal, nos quatro anos da próxima legislatura as excelências legislativas “das Brasília” receberão R$ 1.470.000 - contando, além do “subsídio” mensal, a regalia de mais três “subsídios” no ano e não se considerando as demais regalias indiretas do mandato. Os ONZE MIL SEISCENTOS E CINQUENTA E TRÊS REAIS significarão R$ 699.180 a mais no bolso das excelências legislativas “das Brasília” nos próximos quatro anos.

Por outro lado, o povo brasileiro do salário mínimo, agraciado por seus representantes parlamentares com um aumento de OITO REAIS, ao cabo dos próximos quatro anos [período de duração do mandato das excelências legislativas “das Brasília”] terá embolsado R$ 19.500 de salários, aí considerado o percebimento do 13º. Com o generoso aumento de OITO REAIS concedido pelos seus representantes parlamentares, o povo brasileiro embolsará R$ 416 a mais nos próximos quatro anos.

A decisão conjunta adotada pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, de tão obscena, deve promover uma reforma na língua portuguesa, reconhecendo a sinonímia entre as palavras deputação e depravação [e, por extensão, entre deputado e depravado], incorporando nessa categoria os/as nobres senadores/as.

A decisão das excelências legislativas “das Brasília” é motivo de alegria, alegria na Assembléia Legislativa gaúcha, cujo “subsídio” mensal dos parlamentares passará automaticamente para R$ 18.300, sem necessidade de decisão e/ou votação, pois os edis anteriormente agiram com sabedoria, estabelecendo a vinculação dos seus ganhos em 75% do que recebem as excelências legislativas “das Brasília”. Aumentou lá, aumenta cá!! Quem sabe não seja este um motivo a ser comemorado pelo povo gaúcho do salário mínimo, que poderá ser agraciado com a ampliação da rede de albergues no Estado.

Em artigo na Carta Maior, Marco Weissheimer pergunta: Alguém aprendeu algo com a crise política?. Leia o artigo e responda à pergunta.

Um comentário:

Cé S. disse...

E só o PSOL se salvou.