No que toca às tramóias do Detran, assunto que lhe levou à prisão, ao indiciamento judicial e ao depoimento na CPI, Antônio Dorneu Maciel se posicionou olimpicamente alheio ao assunto, apesar do oceano de evidências e materialidades
Do jeito que as coisas andam na CPI, com a sucessão de anjinhos negando toda e qualquer responsabilidade [isso quando se dispõe a falar], não tardará muito e seremos obrigados a concluir que a tramóia do Detran foi obra dos motoristas do RS!
Como em outra aparição pública [numa entrevista à Zero Hora de 16/11/2007], ontem na CPI Antônio Dorneu Maciel abusou calculadamente de duas personalidades: a da autoridade equiparável às Suas Excelências, um gigante partidário do PP [que porém desconhece a tramóia do Detran]; e a do humano clemente, que pedia aos deputados que olhassem no fundo de seus olhos para verem a pureza de sua vida.
Esta atitude última, de alguém friamente preparado, me faz lembrar a expressão iídiche Chutzpah, desenvolvida por Irvin D. Yalom, em A cura de Schopenhauer [pág.76]:
“Ousadia descarada, que em iídiche era ‘Chutzpah’, palavra sem uma correspondência exata em outras línguas, mas bem definida na história do menino que matou os pais e depois pediu clemência aos jurados por ser órfão”.
[Esta percepção está presente em Biruta do Sul de 18/11/2007; clicar para rever].
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