Primeiro, porque pôs por terra abaixo a tese dos indiciados pela Justiça que, ou abusando do direito de não falar ocultavam os fatos e a verdade, ou dos falastrões do bando que, falando, demonstraram uma crença onipotente de que poderiam engambelar o mundo com lorotas de quinta categoria. Tudo ruiu: versão por versão, mentira por mentira, silêncio por silêncio.
As gravações também revelaram que o esquema não só era operado pelos personagens que hoje são réus ou investigados, como também era do conhecimento de esferas mais altas do poder do Governo do Estado. O dirigente do PSDB e Secretário-Geral de Governo, Delson Martini, por exemplo, era recorrentemente citado nas tratativas. Figurava nas conversas aparentemente como alguém vocacionado a transmitir “vontades superiores”.
As gravações também revelaram que o esquema não só era operado pelos personagens que hoje são réus ou investigados, como também era do conhecimento de esferas mais altas do poder do Governo do Estado. O dirigente do PSDB e Secretário-Geral de Governo, Delson Martini, por exemplo, era recorrentemente citado nas tratativas. Figurava nas conversas aparentemente como alguém vocacionado a transmitir “vontades superiores”.
É tristemente reveladora a citação feita por Antônio Dorneu Maciel numa das conversas entabuladas com Flávio Vaz Neto, que alude à governadora Yeda Crusius. Em meio ao relato que fazia ao Flávio a respeito de um encontro com um representante de outro bando do esquema, Maciel afirma:
“Ela que diga o que o Flávio tem que fazer, porque o Flávio vai cumprir o que Ela mandar cumprir. Disso não tenha dúvida.”
“O negócio é o seguinte: o Flávio é um homem disciplinado e faz o que Ela mandar. Se Ela disser que é pra fazer isso ele vai fazer, senão ele não vai fazer. Quero que tu entenda isso. Aí ele já deu um pau nela, que Ela é meio sacana mesmo, que costuma botar umas pessoas contra as outras ...”
[Esta e outras 34 gravações podem ser acessada no saite da Zero Hora].
A reação do governo foi uma patética entrevista coletiva do Secretário-Geral de Governo, Delson Martini, que depois de quatro meses se esquivando, finalmente se colocou à disposição da CPI para depor. Como de costume, o governo desorientado agiu tarde e outra vez erradamente.
Mesmo que deponha, a estas alturas Delson Martini é, contudo, apenas o anel. O dedo e o corpo todo – leia-se, a governadora e seu governo – estão irremediavelmente condenados e com os dias contados. Política e moralmente foi alvejado com flechadas no coração. Ao que parecem, mortais.
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