Publicado na
Agência Carta Maior, http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=22306
Jeferson Miola
Os véus foram removidos; as
máscaras que cobriam as reais intenções da mídia e da direita foram sacadas, e
o jogo conspirativo finalmente está desnudo. Para a direita, as manifestações
multitudinárias que deixaram as ruas brasileiras insones durante o mês de junho
já cumpriram seu papel. Doravante, as ruas não precisam e, sobretudo, não devem
ser ouvidas, porque atingiram o objetivo de “derreter Dilma”.
A Presidenta havia captado o
essencial dos acontecimentos: a necessidade de reformar a política. O atual sistema
político, concebido no contexto da transição conservadora da ditadura
cívico-militar para a democracia liberal-burguesa, foi pactuado há 25 anos
entre as distintas frações da classe dominante na Constituição de 1988 para
blindar o país do “risco” de transformações democrático-populares radicais. [*]
Dilma anunciou a proposta de
decidir por plebiscito se a reforma seria realizada por uma Assembléia Nacional
Constituinte [ANC] específica. Menos de 24 horas depois, por razões não
esclarecidas, recuou. O plebiscito passaria a ser, então, para definir o
conteúdo da reforma a ser elaborada pelo Congresso que, sabe-se, é eleito pelo
poder econômico e tem compromisso com a manutenção do sistema, não com sua
mudança.
O combate à proposta de
instalação de uma ANC não partiu somente da oposição [PSDB, DEM, PPS, Ministros
do STF e mídia], mas sofreu forte contrariedade do próprio Vice-Presidente da
República Michel Temer, do PMDB.
Derrotada a tese da ANC, em
seguida veio o combate ao plebiscito por todos os lados. O Ministro tucano no
STF Gilmar Mendes considerou a proposta “temerária” e “de difícil
exequibilidade” - o TSE confirmou a militância pela tese dele. Merval
Pereira, do jornal O Globo, chama de “tentativa de golpe antidemocrático”
que faz do país “um arremedo de república bolivariana”. Michel Temer,
após oficializar a entrega da proposta aos Presidentes da Câmara dos Deputados
e do Senado, nas entrelinhas de sua declaração, é como se dissesse: “todo o
Poder ao Henrique Alves e ao Renan Calheiros!”. Leia-se: são oceânicas as
chances do plebiscito desandar como maionese.
Para o governo, essa conjuntura
se complica ainda mais pela variante econômica. As dificuldades políticas se
cruzam com as complicações da economia brasileira derivadas da crise mundial.
Depois dos tsunamis das ruas, são as placas tectônicas do capital que
entram em frenesi.
A conexão entre as dificuldades
econômicas e os impasses políticos está feita. Com sutileza, veículos de
comunicação passaram a publicar pesquisas de opinião que instrumentam a
narrativa para debilitar Dilma também na gestão da economia. O capital
financeiro internacional é o novo ator que sai do subterrâneo para se juntar
abertamente à farra conspirativa promovida pela direita e seus monopólios
midiáticos.
A essas alturas, no debate
agendado pela mídia, o que menos conta é racionalidade e honestidade política e
histórica. Não importa invocar a maior resiliência do Brasil ante uma das
piores crises do capitalismo; como também não faz diferença lembrar os colapsos
do Brasil na era neoliberal de FHC em crises infinitamente menos graves.
A evolução complicada da
conjuntura poderá ser destrutiva. Há uma grave urgência política no ar. A
disputa real que se trava nesse momento é pelo destino da sétima economia
mundial e pelo direcionamento de suas fantásticas riquezas para a orgia
financeira neoliberal. Os atores da direita estão bem posicionados
institucionalmente e politicamente. Ao apelarem pela preservação do establishment
e do status quo da classe dominante, conseguem selar alianças com
setores da coalizão de governo do PT.
A possibilidade de reversão das
tendências está nas ruas, se soubermos canalizar sua enorme energia
mobilizadora. Por que não instalar em todas as cidades do país aulas públicas,
espaços de deliberação pública e de participação direta para construir com o
povo propostas sobre a realidade nacional, o plebiscito, o sistema político, a
taxação das grandes fortunas e do capital, a progressividade tributária, a
pluralidade dos meios de comunicação, aborto, união homoafetiva,
sustentabilidade social, ambiental e cultural, reforma urbana, reforma
republicana do Estado e tantas outras demandas históricas do povo brasileiro,
para assim apoiar e influir nas políticas do governo Dilma?
O PT e o conjunto da esquerda
partidária e social do Brasil devem se esforçar para construir uma plataforma
comum capaz de animar vigorosas mobilizações de rua em defesa das mudanças em
andamento, mas especialmente na exigência das transformações
democrático-populares represadas pelo enredamento em alianças pragmáticas.
A história é pródiga professora.
Através dela conhecemos as consequências trágicas quando a divisão da esquerda
e o sectarismo foram postos acima de exigências históricas e estratégicas. O
momento pede fortalecimento do governo Dilma a partir da arena pública; fora
dela a direita nos devora. O PT não pode cair na armadilha da mídia, que com
suas pesquisas quer ferir de morte a Dilma, é verdade, mas quer principalmente
trazer Lula para o epicentro dos acontecimentos, para assim poder sangrá-lo.
Durante a hecatombe
de 2005, aprendemos que a resposta à virulência da direita fascista, profeta do
“fim da raça dos petistas”, estava na radicalização da nossa presença
nas ruas e no esclarecimento do povo quanto aos interesses de classe em
disputa. Foi com esse arsenal que Lula derrotou Alckmin em 2006, impedindo o
retrocesso neoliberal no Brasil.
[*] O PT, recém nascido, já
representava uma ameaça à transição conservadora para a “etapa democrática” da
dominação capitalista, e seria potencialmente o principal beneficiário das
aspirações democráticas e transformadoras. Em 1989, a direita interditou tal
trajetória do PT e, num golpe da Rede Globo, fraudou a vontade popular em favor
de Collor de Melo.
Um comentário:
E aqui no Brasil, quem vota no "lula livre", do
PT e seus satélites ao estilo de PCdoB (e,
também, no bregaço do Petismo) é:
1.
Autoritário,
2.
Grotão convencido a sabichão,
3.
Pessoas toscas,
4.
Pessoas que sofreram Lavagem Cerebral, via
João-o-Milionário-Santana (o ex-publicitário do
brega petismo),
5.
Bregas e barangonas,
6.
População reacionária,
7.
Ladrões, bandidos e mulheres revoltadas;
8.
Imbecis de toda ordem!
—
O petismo, lula, dilma etc. são totalmente
autoritários de esquerda…
Vejamos. Eis tais pessoas:
Elas têm uma abordagem mental tão estreita como
o buraco de uma agulha (PT, PCdoB): ali não cabe
outra opinião além da sua, outra crença ou outra
verdade, algo que ela mesma criou ao longo da
sua vida.
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