Ainda que o principal argumento racional no debate público contra o pacote tenha sido a recusa do aumento puro e simples de impostos como remédio para o enfrentamento a crítica situação das finanças públicas gaúchas, a derrota da governadora tem o valor de um recado de que política é coisa digna e deve ser feita com verdade.
Nas eleições passadas, para se eleger a governadora fez uma campanha falsa e diversionista. Iludiu o povo com o mantra abstrato do tal “novo jeito de governar”, mistificou a realidade a ponto de se comparar com a “Anita Garibaldi do século
O resultado de ontem é o epitáfio do “primeiro ano político útil” da governadora. Ano que contabiliza resultados muito semelhantes no início e no fim: derrota legislativa na tentativa de aprovar pacote com medidas que nas eleições jurou não aplicar; coleção de conflitos políticos e institucionais por todos os lados; crise de sustentação do governo com provável demissões no secretariado; e impressionante quebra da capacidade de interlocução política.
O governo Yeda Crusius tem todas as características de que poderá melancolizar. É um governo que a cada iniciativa política não renova, mas se esclerosa; envelhece ainda mais. E se persistir o comportamento crispado e arrogante de seus integrantes – a começar pela própria governadora – em breve tempo o governo economizará nos gastos com compras de café, porque serão escassas as visitas que o Piratini receberá.
Um comentário:
Foi um vareio.
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