Nelson Jobim, o Ministro “Rambo” da Defesa, portador de gestual expressivo e que imprime uma marca teatral espetacularista à sua gestão, jogou todas as fichas na demissão do presidente da ANAC, a Agência Nacional de Aviação Civil que nunca deveria ter existido. A ANAC nasceu com o probleminha congênito de fazer parte de um modelo falido de regulação.
O Ministro Rambo fez da demissão de Milton Zuanazzi uma profissão de fé. Não faltaram demonstrações de desrespeito, deslealdade e desonra pessoal contra Zuanazzi, decerto aprovadas no Planalto, vez que nunca censuradas.
A aposta do Ministro Rambo é alta: a partir do instante da defenestração de Zuanazzi, passará a responder por todo e qualquer atraso de vôos, vendas indevidas de lugares em aviões, cancelamento de vôos, filas nos aeroportos, caos nos guichês das companhias, motim dos controladores e - rogando a deus nos livrar de novas tragédias – por acidentes aéreos.
Em caso de fracasso, já é de se prever que a mídia golpista e partidária não demonizará o Ministro Rambo, até porque ele é peça-chave do tabuleiro da disputa eleitoral de 2010. Com o carinho de Lula e tocando fundo meio-coração do tucanato.
Fica faltando a Milton Zuanazzi a exposição das “razões dos fatos” da crise aérea enfrentada no país, sob pena de entrar para a história como vilão duma história obscura não-contada [ou mal contada], e que foi caçado exitosamente pelo espetaculoso Ministro Rambo.
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