quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Não há direito quando causa a morte do outro

A greve de médicos na Paraíba ganhou contorno macabro e cruel com a morte da jovem de 28 anos Elisângela de Lurdes Nonato de Souza, ocorrida dois dias depois do criminoso cancelamento da cirurgia cardíaca que faria no SUS que estava agendada a três meses.
Não deve haver, para os humanistas, nenhum direito a greve que possa ter como resultante a morte de quem depende do cuidado do grevista e do serviço paralisado.
A greve da saúde na Paraíba, como em Alagoas, traz à mesa a exigência de realização de um debate público sobre uma questão que é mais que trabalhista; é ética. E que deve abranger também a discussão sobre outras áreas igualmente vitais, que não podem ficar sujeitas a uma visão deturpada de "realismo sindical". Greve não rima com morte!

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Elio Gaspari escreve sobre o assunto na FSP de hoje [ler o artigo "As greves de médicos beiram o crime" ...]

Um comentário:

Marstin disse...

Devo dizer que nao tenho uma opiniao definitva, mas tenho uma reflexao...
Imagine que voce é um medico, trabalha com o mais importante, a vida, ganha muuuito mal, nao tem condiçoes de trabalho dignas, vive, exatamente por isto, exposto a um estresse infernal..Entao decide mudar de vida, pede demissao, nao agueta mais....e NAO PODE? veja que os medicos nao fizeram greve, eles pediram demissao em massa..Quem, neste mundo pode ser obrigado a permanecer para smpre em um emprego? Nao h´a escravatura...Que culpem os verdadeiros culpados, aqueles qu se locupletam do estado e deixmà mingua a saude....
Miguel Grazziotin