segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Lula, o “Lulista”, explica o “Lulismo”

O Lulismo é o principal fenômeno identitário já estabelecido entre uma liderança política e o povo brasileiro desde Getúlio Dornelles Vargas, expresso até meados do século passado.
É assim que Biruta do Sul vem analisando a algum tempo esse fenômeno [
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Nesse esquema todo, o que tem valor rigorosamente secundário nos raciocínios é o PT, o Petismo, a Frente Popular, uma idéia elaborada de esquerda e um programa democrático-popular.
À ver a conveniência de que tudo ocorra com mudança legal extinguindo o instituto da reeleição e fixando mandatos de cinco anos ao invés dos atuais quatro, razão do cronograma mencionado considerar 2015 ou 2014 e 2018 ou 2020.
Ainda que óbvio ululante, nunca é demais lembrar que o credor exclusivo do Lulismo chama-se Lula. Lula não só sabe disso como exerce na plenitude esta condição.
Sem emitir qualquer juízo de valor ou opinão sobre os conceitos expostos por Lula em entrevista ao Estadão de domingo [
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- Sobre os que eventualmente pleiteiam candidatura presidencial:
"Seria prudente que nós aprendêssemos algumas lições que a vida ensina. Muitas vezes, a disputa se dá por interesse pessoal de um indivíduo, que quer marcar posição sendo candidato a alguma coisa. Se ele tem sucesso, ótimo. Se ele não tem, todos ficam com o prejuízo de uma derrota eleitoral."

- Sobre qualquer candidatura da base, podendo até vir a ser do PT:
"Ser do PT ou não ser do PT é um problema que o partido vai ter de decidir. Eu acho improvável que um partido do tamanho do PT decida não ter candidato. Assim como é bastante provável que todos os outros partidos da base apresentem candidatos. Mas é importante que o PT esteja disposto a conversar, e que a gente construa a possibilidade de ter uma candidatura única da base."

- Sobre perfil e programa de candidatura da base:
"É aquele que dê continuidade à política que estamos plantando agora. .... Se continuar todo ano aumentando um pouquinho [investimentos], você consolida um país com uma classe média forte e uma classe média baixa, mas com poder de sobrevivência com dignidade. Essa combinação é que vai transformar o Brasil em um país definitivamente justo."

- Crítica [nem tão indireta] a Chávez, para mostrar-se diferente:
"Não acredito na palavra insubstituível. Não existe ninguém que não seja substituível, ou que seja imprescindível. Quando um dirigente político começa a pensar que é imprescindível, que ele é insubstituível, começa a nascer um ditadorzinho."
*** Nota: Lula inseriu "desnecessariamente" este conteúdo na resposta, que não tinha nenhuma relação direta com a pergunta dos entrevistadores: "Nesses 12 anos, até ganhar a eleição em 2002, qual foi a grande mudança? [do PT]"


- Sobre a permanente metamorfose:
"Você está lembrado de quantas vezes eu disse que era uma metamorfose ambulante. Mas, se o político não vai se adaptando ao mundo em que ele vive, ele vira um principista (ortodoxo). Na hora do discurso, à frente de um partido, você pode ser principista (ortodoxo), mas na hora de governar você precisa saber que tem um jogo que tem de ser jogado, muitas vezes em momentos graves de adversidade."

- Semelhanças entre o método de decisão partidária e o de chefe de jornal:
"Essa é a riqueza da democracia. O que é a riqueza de uma redação de um jornal? Pessoas juntas, mas que têm divergências sobre um ponto de vista - e dali o chefe consegue tirar uma linha editorial. Essa diversidade no PT é que permite que a gente nem vá para a ultra-esquerda nem para a direita. Que você fique em uma posição intermediária daquilo que é a política possível de ser colocada em prática, daquilo que é possível estar de acordo com a realidade."

- Sobre o programa que o elegeu [ou as mudanças programáticas que justificam alianças "heterogêneas"]:
"Primeiro, a grande mudança política aconteceu com a Carta ao Povo Brasileiro, na campanha de 2002. Ela balizou o tipo de compromisso que eu tinha assumido com o Brasil. Foi aquela carta que me deu a vitória em 2002. Eu sempre tinha 35% dos votos, e me faltavam 15% para ganhar as eleições. Aquela carta, a composição com José Alencar de vice, eram os ingredientes de que nós precisávamos para fazer com que a gente pudesse ter os outros 15%. Isso aconteceu, nós fomos a 61%. Portanto, não houve frustração de discurso porque o discurso foi o que me deu a vitória."

- Sobre políticas para pobres que podem contribuir para derrota eleitoral:
"Acho que uma das razões pelas quais a Marta Suplicy perdeu as eleições foi a opção de ela fazer aqueles CEUs para privilegiar as camadas mais pobres. Setores médios da sociedade, que moravam em bairros próximo aos CEUs, que não tinham uma escola de qualidade como aquela para colocar seus filhos, (reagiram) com um pouco de preconceito."

Um comentário:

Claudinha disse...

Creio que estamos vendo terreno fértil para uma candidatura PMDB/PT em 2010... Ai meus sais!...