No primeiro dia de 2007 toma posse no Rio Grande um governo que nasce findo. O denominado “novo jeito de governar” revelou ainda cedo o que muito fora dito sobre si nas eleições: que inova unicamente na arte de ludibriar a sociedade através de fantasias fabricadas com o auxílio do marketing eleitoral. Nas eleições passadas, foi abundante o uso de bordões e clichês para mistificar a realidade e fraudar a vontade popular. O exagero no uso de fórmulas mistificadoras ficou evidente na comparação ridícula que os apoiadores da então candidata Yeda faziam entre ela e as heroínas Ana Terra e Anita Garibaldi!! [sic]
A governadora, logo que eleita, também revelou uma singular predisposição em produzir conflito e desagregação no interior da própria aliança partidária que a elegeu. Inclui-se aí o isolamento imposto ao vice-governador, preço pago pela sinceridade com que ele expõe seus propósitos políticos e sua visão programática. Nos últimos dias, dois “futuros” Secretários de Estado “se demitiram” antes mesmo de serem nomeados. Um prodígio inédito na política gaúcha.
Com a apresentação do pacotaço contendo medidas radicalmente contrárias às promessas de campanha, Yeda removeu o véu que encobria a última nesga do disfarce eleitoral do “novo jeito de governar”. A governadora quer impor mais do mesmo veneno: aumento cavalar de impostos, remoção de estímulos à agricultura e às exportações, arrocho do funcionalismo, aperto do custeio da saúde, educação, segurança e ao mesmo tempo a preservação de bilionários benefícios fiscais para um punhado de mega-empresas. Ao invés de induzir os setores dinâmicos e tradicionais para retomar o crescimento da economia gaúcha e assim recompor as finanças estaduais, a proposta tem um viés puramente fiscalista.
O pacotaço – com ou sem remendos - poderá ser aprovado na Assembléia Legislativa, onde a governadora possui maioria. Será, parafraseando o vice-governador Paulo Feijó, “um desastre; um erro estratégico de médio e longo prazo e causa da debandada de empresas e empregos do Rio Grande”. Os partidários do governo que nasce findo se apressam em mistificar novamente a realidade, desta vez sustentando a “inevitabilidade” das medidas – como se no período eleitoral a situação fosse diferente – e enaltecendo a “coragem” da governadora em aplicá-las.
Um comentário:
Pois é Jefferson, a coisa é exatamente assim e a mídia correndo para justificar o disparate pela governadora...
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