segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Guernica de 1937 é a Gaza do século 21

Em 27 de abril de 1937, precisos 72 anos atrás, a cidade santa dos bascos, Guernica, era duramente bombardeada pela ditadura do Generalíssimo Franco com o apoio da força aérea nazista de Hitler. Na época, uma tríade inaugurava um período de atrocidades e monstruosidades da Europa para o mundo: a Espanha era governada ditatorialmente por Franco, a Alemanha por Hitler, e a Itália por Mussolini.

Cidade histórica de forte valor simbólico para a cultura e para a nacionalidade basca, a minúscula Guernica, habitada por aproximadamente sete mil habitantes, foi exemplarmente agredida, e serviu como uma espécie de ante-sala, um “test drive” dos horrores nazi-fascistas. Reduzida a pó, cinzas e destroços materiais e humanos depois dos ataques estúpidos da artilharia aérea alemã, Guernica foi celebrizada pelo pintor Pablo Picasso, na tela que leva o mesmo nome.


Emocionante reportagem publicada pelo jornalista sul-africano George Steer, enviado do The Times [de Londres] em Guernica, escrita no dia seguinte ao massacre, dava conta da tragédia daqueles dias com a dramática descrição:
Às duas horas da manhã de hoje, quando visitei a cidade, seu conjunto era uma visão horrível, ardendo de ponta a ponta. O reflexo das chamas podia ser visto nas nuvens de fumaça acima das montanhas a dez milhas de distância. Durante toda a noite, casas caíam até que as ruas se tornassem longas pilhas de destroços vermelhos impenetráveis. Muitos dos sobreviventes civis faziam a longa jornada de Guernica a Bilbao em antigas e sólidas carroças de fazendas bascas puxadas por bois. Essas carroças levando altas pilhas de todo o tipo de pertences domésticos que pudessem ser salvos da conflagração obstruíam as estradas noite adentro. Outros sobreviventes foram evacuados em caminhões do governo, mas muitos eram forçados a permanecer em torno da cidade incendiada deitados em colchões ou procurando por parentes e crianças perdidas, enquanto unidades dos bombeiros e da polícia basca motorizada, sob orientação pessoal do ministro do Interior, Senhor Monzon e sua esposa, continuavam o trabalho de resgate até o amanhecer.”.
A reportagem completa do The Times, traduzida para o português, pode ser lida no Via Política.

A Guernica de 1937 tem na Gaza do século 21 a persistência duma idêntica monstruosidade assassina que insiste em não ter fim.

2 comentários:

Diogo disse...

Um morticínio sem nome.

And now, for something completely different:

Barack Obama repudiou o cristianismo e está a converter-se ao Islão.

Jon Stewart, do Daily Show, explica-nos, com humor, como os Media nos EUA dão a entender que Barack Obama é um muçulmano encapotado.

VÍDEO legendado em português

elektrofossile disse...

legal. tá certo. e não atualiza?