quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Na era pós-11 de setembro

O 11 de setembro será sempre lembrado como uma data delimitadora dos tempos modernos. A cronologia da história cristã contemporânea, que antes se definia como Antes de Cristo [AC] e Depois de Cristo [DC], desde 2001 passou a classificar temporalmente a existência moderna como Before-Eleven [i] e After-Eleven [ii]. Escrito e pronunciado assim mesmo, na “língua pátria” do planeta. Termos que, em tradução livre e não-literal, seriam sinônimos de Nos Tempos de torres no céu [i] e Nos Tempos de torres no chão [ii].

Enquanto os Estados Unidos fazem da auto-vitimização o salvo-conduto para agirem como agem, o mundo fica cada vez pior, mais violento, menos democrático e mais unipolar. Os ataques horrorosos e estúpidos da Al Quaeda em 11 de setembro de 2001, que culminaram com a destruição das torres gêmeas e as mortes inaceitáveis de quase cinco mil civis dos Estados Unidos, foram o álibi que o governo imperial de George Bush ansiava para empreender a onda militarista e policialesca vigente no mundo.


Além de Bush, a lógica neoliberal se comprazia com a descoberta de um vetor [no caso, a guerra] que pudesse empinar a locomotiva da economia mundial em momento de crise e estagnação. Como declarava o Diretor Gerente do FMI, Horst Koehler nas semanas que antecediam o início das operações no Iraque à revelia da deliberação da ONU e do sentimento dos povos de todo o mundo, “uma guerra rápida contra o Iraque será benéfica para os mercados”.


A cruzada dos Estados Unidos nesta “missão” auto-proclamada a favor da civilização e da democracia, contra o “Eixo do Mal” e contra o terrorismo, empreendida a partir do After-Eleven, se ampara num doutrinarismo, obscurantismo e sectarismo próprios dos cinzentos tempos medievais. Que é consentâneo, porém, do retrocesso do conserto entre as Nações, do reacionarismo do Vaticano em fase Opus Dei, da xenofobia européia, do totalitarismo midiático, das guerras de dominação, das guerras de conquista e de mercados supremos e superiores às democracias nacionais.


O mundo só piorou depois de 11 de setembro de 2001. É mais violência, repressão, insegurança e guerras. Aí estão Palestina, Kosovo, Afeganistão, Paquistão, Iraque e todas as demais frentes de batalha – militar, comercial ou econômica – mantidas pelos governos estadudinenses. E, se depender das correntes reacionárias da política dominante naquele país, o mundo continuará piorando.


O 11 de setembro, a Al Quaeda, Saddam Hussein, Talibãs, Guantánamo, Abu Ghraib, mercenários, ditadores e outros gêneros da sordidez e do banditismo internacional são parte da cultura imperialista dos Estados Unidos, e não a sua oposição. São faces da mesma moeda. Estes gêneros todos são criações e conseqüências do Império. Exatamente nesta ordem: primeiro são criados e inventados para determinados fins e interesses; depois, se tornam incômodos, quando não conseqüências trágicas ao próprio Império.

Um comentário:

Omar disse...

Dá uma olhada:

http://doomar.blogspot.com/2008/09/politlogo-italiano-afirma-que-el-11-de.html