segunda-feira, 16 de junho de 2008

Agonia e pânico de Yeda

A corrosão moral e política do governo de Yeda Crusius se aprofunda de maneira cada vez mais irreversível. Mesmo que eventual arreglo para salvá-la seja exitoso, a Governadora estará definitivamente debilitada para liderar uma dinâmica econômica, social e política requerida para o desenvolvimento do Rio Grande. Yeda não reúne as condições morais, éticas e políticas para tanto.

O governo Yeda Crusius já é o maior empecilho ao aproveitamento das condições virtuosas presentes nos tempos atuais de PAC, de aumento do emprego formal, do clima favorável ao setor agropecuário, de expansão de todos os créditos e dos investimentos sociais.
É um governo que agoniza nos braços daqueles partidos políticos que, tendo dentre seus quadros alguns integrantes das quadrilhas que saquearam o Detran [e presumivelmente tenham também atuação na CEEE e Banrisul, a considerar-se as confissões do ex-Chefe da Casa Civil Cézar Buzatto -, se arreglam para salvar Yeda na ilusão de que assim estarão se salvando a si próprios.

Nestas circunstâncias, é compreensível que a Governadora esteja num quadro exarcebado de perturbação. Embora se possa considerar inaceitável uma governadora de um Estado como o Rio Grande perder o controle, o equilíbrio e a sensatez, se é obrigado a admitir que a Governadora padece de uma crise delirante. A expressão última de seu delírio é a crença paranóica de que é vítima de uma hipotética “República de Santa Maria” liderada pelo “conspirador” Tarso Genro, Ministro da Justiça que é natural da cidade onde os integrantes da quadrilha atuaram mais fortemente.

Estranha a atitude da Governadora, que em nenhum momento criticou cada um dos seus ex-Secretários e ex-dirigentes da CEEE e Detran demitidos por envolvimento direto ou tangencial com os escândalos. Em nenhuma ocasião a Governadora se dirigiu à sociedade repugnando os réus que a cada informação do inquérito se percebe terem agido asquerosamente saqueando mais de 44 milhões de reais dos cofres públicos.

Em lugar do combate à corrupção e aos corruptos, a Governadora sempre foi elogios aos réus ou a pessoas que tiveram conduta reprovável. E não foi só a minimização do sentido simbólico do chope sorvido pelo ex-Secretário com Lair Ferst.
O Governo Yeda aposentou o Procurador do Estado Flávio Vaz Neto com um dos mais altos salários do Poder Executivo quando deveria abrir procedimento administrativo por demissão a bem do serviço público – procedimento, aliás, que a Assembléia Legislativa adotou em relação a Ubirajara Macalão.

A Governadora elogiou a atitude do Representante do Escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, que prevaricou ao receber a carta de Lair Ferst e que traficou interesses do lobistas em órgão público. Seu ex-Secretário-Geral de Governo, Delson Martini, que foi blindado durante 60 dias para finalmente ser desmascarado como intermediário das quadrilhas e porta-voz da Governadora junto às mesmas, não recebeu nenhuma repreensão ou censura pública dos seus atos.

Ela também condenou com veemência o Vice-Governador Feijó, porém não se explicou sobre as confissões do seu ex-Chefe da Casa Civil de que os desvios do Detran fazem parte de uma lógica da co-habitação conservadora, assim como a CEEE e o Banrisul podem ser nichos para a locupletação de outras “famílias políticas” que lhe dão sustentação.

A Governadora, enfim, sempre foi elogios e condescendências para com “os seus”, ficando devendo respostas claras e incontroversas para a sociedade. Ao invés, a Governadora atinge o mais alto nível de delírio [pra não dizer autismo, em respeito às pessoas portadoras de sofrimento psíquico] e, com a soberba e mentiras peculiares, alega conspiração contra seu governo. Busca desesperadamente nacionalizar o debate para trazer a conhecida histeria tucana se voltar contra Lula e assim desviar o foco de sua tragédia.

A Governadora Yeda Crusius, cuja ausência de condições políticas e morais compromete o futuro econômico e político do Rio Grande, com o pânico e despreparo de suas reações também revela incapacidade subjetiva e comportamental. A lástima com a situação do Estado só se faz aumentar.

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