quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

“Aliados” derrotaram governo na CPMF

A derrota estrondosa do governo federal na votação da CPMF não foi causada pela previsível articulação contrária do reacionarismo demos-tucano, tendo FHC à frente das manobras estratégicas. Os Demos e o PSDB votaram centralizadamente, como um bloco monolítico - contra a prorrogação da CPMF.

A derrota do governo no plenário do Senado [sem se analisar os equívocos do governo ao longo dos últimos meses] foi determinada pelos votos contrários dos senadores “aliados” do governo – faltaram quatro para a aprovação. Três deles são do PMDB, que controla importantes ministérios, inclusive o da Saúde: Geraldo Mesquita (AC), Jarbas Vasconcellos (PE) e Mão Santa (PI). Dois são do PR, o mesmo partido do Vice-Presidente: César Borges (BA) e Expedito Junior (RO). E outros dois são do PTB, que tem muitos cargos na Esplanada: Mozarildo Cavalcanti (RR), que se ausentou, e Romeu Tuma (SP), cujo filho não-eleito na última eleição tem carguinho [9 – 10 mil] de Secretário no Ministério da Justiça.
Garibaldi Alves, o Presidente que é a cara do Senado, não votou, por ser voto minerva.

A elástica e pragmática aliança do governo Lula, causa de tantas metaformoses pessoais, ideológicas, programáticas e políticas de alguns, foi montada para garantir a vitória do governo em votações com exigência de maioria de 3/5 no Congresso.
Só reformas constitucionais [inclusive as de recorte conservador que tramitam] e restritas matérias legislativas necessitam de tal maioria. Na única necessidade nestes cinco anos em que o governo Lula precisou de maioria qualificada para aprovar medida de interesse social [a CPMF financia saúde, bolsa-família, etc], foi derrotado com a falta de votos dos “aliados” que fazem parte da aliança tão cantada em verso e prosa.

Venceu o reacionarismo nucleado em torno do PSDB e do Demos - FHC à frente das operações de guerra -, que defendem o endurecimento do combate ao governo Lula. É ilusão pueril imaginar que a oposição reacionária será responsabilizada pela eventual falta de investimentos sociais do governo. Se houver impacto nas políticas públicas e investimentos governamentais, quem paga a conta do desgaste será o próprio governo.

2 comentários:

Claudinha disse...

Boa, Biruta. Tenho lido, por aí, que o povo saberá distinguir os "culpados" pelas dificuldades do governo em atender os programas sociais, com declarações do tipo "adeus demos e psdb". Acho tal interpretação uma temeridade. Com certeza, sobrarão "matérias jornalísticas" (sic) baixando a ripa no Lula pela escassez disso ou atraso daquilo.
A outra coisa, é que fica comprovada que não se dá chances ao inimigo. Claro que foi um enorme problema o povo não garantir apoio parlamentar ao Lula nesses dois mandatos, mas a prática do toma-lá-da-cá é da turma conservadora, não poderia jamais ser uma política de um governo com talhe progressista, ou de esquerda. Negociar é uma coisa, aceitar chantagem sem garantia alguma de fidelidade ao governo, é outra. Incompetência do Governo. Uma tristeza.
Claudia.

Miguel Graziottin disse...

Concordo plenamente, o que me espanta é alguns companheiros afirmarem que o PSDB/DEMO deu um tiro no pe porque será responsabilidado e etc e tal...pura balela, els sao do quanto pior melhor e tudo será jogfado pela oposiçao e a midia burguesa na conta do LULA, que nunca aprendeu e nem vai, que nao tem base m...nenhuma e que se afastar das bases socais será o seu fim.....embora eu deva dizer que acho que le nao está nem aí...Vamos ver se ele corta nos bancos e daá o dinheiro para manter os planos sociais ou se cai a mascara...